segunda-feira, 22 de maio de 2017

Ladrões em dose dupla

            I
Em Goiás tudo é em dupla
Sertaneja de raiz:
Já vi até duas torres
Em uma igreja matriz
E por fim fizeram uma dupla
Para roubar o País.

           II
Eles assim discutiram
Na hora de combinar:
Não há ideologia
Que não se possa comprar,
Seja direito ou canhoto,
Qualquer mão pode roubar.

           III
Chamaram Luiz Inácio,
Operário sem vintém,
Deram metade de tudo,
Merecido, sem desdém:
- Ele só tem nove dedos,
Mas é mesmo que ter cem!

          IV
Correram pro outro lado,
Quase a mesma opinião:
Deram ao neto de Tancredo
Uma montanha de milhão
E apenas reclamaram
Que ele era o mais pidão.

           V
Aécio ganhava cinco,
Gastava e queria de novo:
- Acabou-se minha merenda,
Só estou no pão com ovo!
Então vinha Doutor Friboi,
Lascava o cofre do povo.

          VI
Lula mandava guardar
A grana no estrangeiro:
Adquiria senador,
Deputado e até olheiro,
E espalhava a lorota
De ser fiel companheiro.

          VII
Michel Temer e companhia
(Cunha, Cabral e Padilha),
Juiz, promotor, polícia,
Formando uma mesma rodilha,
O Brasil sendo comido
Pelas traças da quadrilha.

         VIII
Quando viu que a Lavajato
Ia acabar com o esquema,
A dupla Wesley/Joesley
Montou um estratagema:
- Vamos salvar o dinheiro,
Tá resolvido o problema!

         IX
Se danaram a delatar
Tudo quanto foi partido:
Da esquerda, da direita,
Até quem estava escondido,
E sumiram com a bufunfa
Para os Estados Unidos.

          X
O brasileiro pergunta,
Sem resolver a questão:
Como é que tanto dinheiro
Circulou de mão em mão,
Na Receita Federal
Ninguém prestou atenção?
E o sistema bancário,
Cheio de rigor com o povão,
Que para sacar 10 mil
É grande a aporrinhação?
Dá pra sentir custipio
De saber que meu Brasil
Foi vendido num leilão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário