Desde a chegada das caravelas, a gente vem se auto enganando. A começar pelos elogios de Caminha. O Brasil foi se vendo, inventando e contando sua história como se tudo o que aconteceu e que acontecer seja sempre uma consequência das circunstancias.
Já usamos crimes passionais como desculpa para golpe. Já chamamos revolução de golpe. E as vezes chamamos a aplicação da constituição de golpe. Vai entender. A gente sempre está a tentar distorcer os eventos de maneira a se encaixarem em narrativas incoerentes, ilógicas, e, acima de tudo, inúteis.
E a vida segue. Mesmo com cenário desolador. Grandes sucessos empresariais frequentemente são resultado de fraudes. Nada mais. Campeões nacionais são construídos azeitando relações privilegiada com o Estado, e tendo como combustível a mistura toxica da flexibilidade moral com o acesso fácil a bolsa da viúva. Apenas para entrar em colapso na areia movediça da fraude.
Alardeamos nossa capacidade analítica. Passamos a vida elogiando corpos técnicos autoproclamados competentes. Mas incapazes de identificar a existência do nada por trás das ações, dos investimentos, e das estratégias, públicas e privadas. No frigir dos ovo, apenas um punhado de corporações incapazes de ou desinteressadas em proteger os interesses de acionistas, pagadores de impostos e cidadãos.
O passado, portanto, não é incerto. Apenas fraudulento. O presente, dramático. E o futuro, lamentavelmente trágico. Resultado natural de um amontoado de fraudes.
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