segunda-feira, 20 de março de 2017

Se a carne é fraca, isto só acontece porque a Justiça brasileira também é fraca

Mais esse triste fato do escândalo do grupo Friboi nos faz lembrar aquela conhecida tese de que “é preciso privatizar todo o país para que os brasileiros deixem de ser roubados”, tantas vezes levantada aqui neste espaço da Tribuna da Internet. Acredito que este novo caso seja mais uma prova de que não é o fato de uma empresa ser estatal ou ser privada que deixará de roubar a população. O que faz os dirigentes de uma empresa, seja pública ou privada, deixar de roubar a população é a existência de um Poder Judiciário ágil e de tribunais não cúmplices de bandidos.

Se os antigos fraudadores do leite tivessem ido para a cadeia, dificilmente essas atuais quadrilhas se atreveriam a cometer o mesmo crime contra a população. Mas aqui no Brasil se insiste na prática de com facilidade colocar criminosos em liberdade, impunes, a pretexto de serem “reinseridos na sociedade” que ajudaram a envenenar ou de roubar, tal qual está acontecendo com a Adriana Ancelmo, mulher e principal cúmplice de Sérgio Cabral.


Afinal, a Justiça do Brasil só faz medo na primeira instância. Até mesmo o goleiro Bruno e o Gegê, o número 2 da facção o PCC, foram recentemente beneficiados pelo Supremo Tribunal Federal, em flagrante desrespeito à legislação do país, conforme ficou claro nos artigos do jurista Jorge Béja, publicados aqui na TI.

As autoridades e as pessoas que ainda têm alguma voz neste país precisam perceber que manter bandido na cadeia não é “assunto de pobre” ou do programa do Datena, nem coisa de país atrasado. A criminalidade, mais cedo ou mais tarde, acabará atingindo a todos que morem por aqui.

Manter bandido na cadeia, seja pobre ou seja rico, é coisa de país civilizado. Manter bandido na cadeia é coisa daqueles países que as autoridades e as pessoas que têm condições financeiras costumam visitar durante as férias, admirar, andar de mãos dadas pelas ruas e comprar produtos com qualidade. É a impunidade que está transformando o Brasil num inferno tropical.

Se eu fosse um líder do crime organizado, minha primeira providência seria infiltrar algum comparsa (ou melhor, vários) no Poder Judiciário (principalmente no Supremo Tribunal Federal), para dar cobertura às minhas ações e dos meus camaradas em nível local e nacional.

Só depois de tal providência é que o crime poderá ser chamado de “organizado”.

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