O Brasil está se desvendando como um país da criminalidade ampla, geral e irrestrita. Os últimos acontecimentos das rebeliões em presídios do Norte e Nordeste, com indícios da promiscuidade entre organizações criminosas e governos, a Lava Jato denunciando a quadrilhagem política e a lista do Janot fazem crer que há mais intimidade entre governos e crime do que poderiam imaginar as teorias de conspiração.
A convergência de interesses em dinheiro (de milhões a bilhões) e no poder parece que irmanou de vez, nos últimos anos, instituições do Estado, empresas e a marginalidade em desfavor da população.
A confissão da Odebrecht de que investiu na ilegalidade, com "pedágio" mensal às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) durante os últimos vinte anos para atuar nos territórios dominados por elas, abalaria qualquer Estado. Se uma empresa admite financiar com mensalidades, obtidas através de rapinagem aos cofres públicos com o superfaturamento, uma organização particularmente ligada ao tráfico de drogas, o Estado é um cancro só. Mas diante da aberração criminosa com o país, a notícia tomou chá de sumiço. Foi engolida pelo dragão da política, se é que se possa chamar assim tais facções.
O absurdo tolerado como mero acerto monetário ou um caixa 2 disparou como raio no noticiário. Clareou as relações espúrias que governam o país de Brasília ao último município.
Os negócios criminosos passaram a fazer parte da sociedade e põem em risco uma nação de gente que só quer viver segundo as regras dos direitos humanos, dos quais as organizações criminosas não participem em conluio com as instituições. Não é mais uma luta política como querem os adeptos do deixa estar que vai melhorar, o que só beneficia bandidagem. O país se depara com a necessidade de mudar a política e enterrar de vez o interesse privado em detrimento do bem-estar público.
Luiz Gadelha
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