- Perdeu, tiozão!- Mata! Mata!
Gritos dos bandidos que mataram senhor que voltava da igreja, durante assalto no Rio, segundo testemunhas
Se ainda se defende que uma imagem vale muito mais do que mil palavras, as palavras acima mostram quanto têm de poder para definir nossos dramas. A extrema violência nas exclamações dá bem a medida de desprezo com a vida, que imagem alguma pode mostrar com a mesma força.
Os bandidos se assumiram propietários da vida dos cidadãos. Não foi por falta de aviso de que o país se entregava cada vez mais aos braços assassinos. Ainda se ouvem os alertas lá de trás quando soavam para ouvidos moucos de uma sociedade sempre atenta ao próprio umbigo, que enfia o pescoço no primeiro buraco quando volta as costas para os problemas.
Como a bandidagem era posta à margem, nos guetos, onde se jogava os pobres e negros, para todos se matarem, no bem da nação e felicidade geral da sociedade - retrato do que se faz com as penitenciárias - o mal estava "extinto".
A tentativa de genocídio social para dar uma solução criou monstros que hoje não se sabe como combater. As medidas - na maioria paliativas e eleitoreiras, de marketing - só vão suavizar o dano de décadas de descaso.
A violência terá que ser combatida não mais só por tomadas de posição governamentais e jurídicas, mas principalmente por uma reforma ética da sociedade. Enquanto a lei não for para todos e houver privilegiados, em qualquer nível, se estará incubando futuros violentos.
Uma sociedade justa é uma sociedade igualitária em direitos e deveres. E a brasileira sempre foi inspirada pela divisão financeira.
Luiz Gadelha
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