segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Privilégios a militares, parlamentares e juízes na Previdência são inaceitáveis

Na discussão sobre a reforma da Previdência está sendo superdimensionada a dedicação dos militares. Em princípio, ninguém é obrigado a seguir carreira nas Forças Armadas. Quem optou por esta profissão sabia exatamente o que ela exige e oferece. Quanto às prontidões ou serviços de 24 horas, isso não é exclusividade do Exército ou Marinha ou Aeronáutica. Qualquer médico, enfermeira, policial militar ou civil, motorista de ônibus ou aeroviário, entre muitos outros profissionais, conhece de cor e salteado ficar sem dormir, atendendo pacientes ou ocorrências policiais, transportando passageiros etc. e tal.

E ganham bem menos que os militares, que depois do serviço e até serem escalados novamente, apenas “trabalham” meio expediente. De mais a mais, é uma falácia alegar que “o Exército está nas fronteiras”, porque muitas outras instituições públicas também operam nessas regiões, como a Polícia Federal e a Receita Federal. Com exceção da Amazônia, não vejo os militares nas divisas com a Bolívia, Peru, Paraguai, Uruguai, Argentina, que eu as conheço muito bem, mas lá encontrei os agentes da Polícia Federal.

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Com relação aos militares de baixa patente, quem dera que se entrasse para as Forças Armada no posto de general, e não como “cadete” ou soldado raso. Ainda assim, de soldado, cabo, até a aspirante a oficial, o soldo está excelente, muitíssimo maior que a média do trabalhador da iniciativa privada, que dá duro de sol a sol, e não somente meio turno, como hoje existe nos quartéis.

Portanto, convenhamos, os privilégios aos militares, parlamentares, magistrados etc. representam uma injustiça aos demais trabalhadores, que marcham solenemente no dia a dia como pagadores de impostos e patrocinadores dessas mordomias e regalias que os três poderes se concederam.

Por outro lado, se é este o espírito e o desejo dos militares, que pretendem diferenciar da população os seus aquartelados, colocando-os em pedestais de incomparabilidade com os “paisanos”, então é porque a maionese desandou mesmo, a ponto de os membros das Forças Armadas nos tomarem como inimigos e nos explorarem até onde for possível, do mesmo modo como fazem os parlamentares e também os juízes, que se julgam acima do bem e do mal, razão pela qual devem receber proventos milionários, várias férias por ano, podendo engavetar processos por anos a fio, e o povo que dê jeito de sustentar os diferenciados e privilegiados trabalhadores que se julgam superiores aos demais brasileiros.

Se isso for verdade, decididamente este país sucumbiu a si mesmo.

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