quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O polvo gigantesco da Odebrecht e a falência da política brasileira

No momento em que emerge do oceano da corrupção o polvo gigantesco da Odebrecht com seus tentáculos nacionais e internacionais, verifica-se a não existência de reação praticamente alguma da classe política brasileira. As revelações vêm se sucedendo e diante delas, efetivamente, como reagiu o universo político do país? A resposta que devia ser de indignação e reprovação sintetizou-se numa tentativa de promover a anistia aos envolvidos no sistema de caixa 2. Impossível aceitar tal realidade sem considerá-la um passo enorme de recuo diante da verdade.

A reação da opinião pública através da imprensa impediu a manobra, mas somente a iniciativa dela desqualifica seus autores. Afinal de contas se os que receberam dinheiro da Odebrecht e de outras empreiteiras afirmam ter agido dentro da lei, qual a razão de buscar uma anistia para um fato que não existiu? É porque os autores sabem muito bem que as doações que declararam à Justiça Eleitoral não condizem com o volume dos recursos recebidos. Tanto assim que a Odebrecht dispôs-se a indenizar em 6 bilhões e 900 milhões de reais países como o Brasil , a Suíça e os EUA. Isso de um lado.

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De outro lado, veja-se a vergonhosa situação dos serviços públicos essenciais brasileiros, a partir do exemplo do Rio de Janeiro onde faltou energia elétrica para funcionamento de unidades de terapia intensiva. Doentes esperam longos meses para serem atendidos por uma rede pública que está desaparecendo por falta de atividade. Quando deveria ser exatamente o contrário, porque, sem receber salários, os funcionários públicos e a legião de desempregados perdem a capacidade de pagar mensalidades dos planos de saúde que com sacrifício conseguiram contratar. O reflexo imediato é a maior procura pelo sistema público. Mas o que fazer, se ele praticamente não funciona?
As cenas se repetem todos os dias e a população, perplexa, aguarda resposta. Mas de quem? Do governador Luiz Fernando Pezão é impossível, o que fica demonstrado pela sua própria atuação. A esperança desloca-se para o plano federal que não pode assistir em silêncio a consumação de uma tragédia.

O polvo devorou recursos e a dignidade política nacional. O governo Michel Temer, pelo menos, tem que se sentir na obrigação de agir. Isso porque, agora está em jogo o destino de milhões de seres humanos.

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