E assim, mais uma vez, a Polícia Federal foi às ruas, espalhou seu pavor entre partidos, operadores, políticos e governos; aumentou a desconfiança de que 2017 não será diferente de 2016, similar a 2015. O clima de incerteza permanecerá e a única coisa certa é que, no Ano Novo, as nuvens negras remanescerão sobre o sistema político, sobre o governo e, por decorrência, sobre a economia do País que não terá o necessário suporte que suplica à política em frangalhos.
O círculo vicioso ou virtuoso – depende a quem envolve – se estabeleceu: a Lava Jato descobre novos elementos de corrupção que regaram o financiamento de campanhas, mormente da chapa vencedora “Dilma & Temer”. Essas descobertas amargam ainda mais o fel da opinião pública que, crítica e revoltada, influencia o trabalho de juízes. Pressionados, magistrados dão vazão à Lava Jato e seus congêneres. Reféns de seus malfeitos e da lógica deste ciclo, os políticos mal disfarçam o desconforto.
Com ar blasé, Michel Temer esforça-se para se desvencilhar de Dilma – parceira só para o que convém –; busca ganhar tempo: retomar a iniciativa, preencher, assim, o espaço da crise ocupando a audiência com necessária e incompreendida agenda reformista. Aspira um pouco de ar e nova dinâmica econômica que empurre o tempo até que o clima arrefeça e novos juízes possam julgar sua causa. Mas, com essas nuvens, não há conciliação: elas pairam sobre o Brasil, estão lá, ao seu redor; trovejam e relampeiam na Lava Jato, no TSE... No horizonte de 2017.
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