Na ação penal que o Supremo acaba de inaugurar, Renan responderá pelo crime de peculato. No português das ruas, acusam-no de desviar verbas públicas em proveito particular. O caso envolve o recebimento de propinas de uma empreiteira, para custear a pensão de uma filha que o senador teve fora do casamento. Protagonista de 12 processos judiciais, Renan tornou-se evidência viva da necessidade das “mudanças radicais” que Renan considera inadiáveis.
Há um réu na linha de sucessão da Presidência da República. Mas a banda muda do Congresso acha tudo muito normal. No momento, a prioridade de réu que comanda o Senado é a aprovação de um projeto sobre abuso de autoridades como juízes e procuradores. E todos acham normal. O governo de Michel Temer pede aos brasileiros que, em nome da governabilidade, finjam que Renan não é Renan.
Amanhã, se Temer, o improvável, e Rodrigo Maia, o inacreditável, viajarem juntos para o exterior, Renan, o inaceitável assumirá a Presidência da República. E ninguém se espanta. No Brasil, parece não haver espaço para mais do que dois tipos de pessoas: ou o sujeito é cínico ou se faz de bobo. Vamos lá, ânimo, gente. É pela governabilidade!
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