Podemos engrandecer o livre mercado, a globalização, o regime capitalista selvagem, enquanto nossos irmãos passam fome e dormem nas marquises das grandes cidades, sendo acordados com baldes de água gelada? Alguns já foram até queimados, sem chance de defesa.
Tanto no capitalismo como no comunismo, os líderes acumularam fortunas em paraísos fiscais. Para que acumular tanto dinheiro, cujos pseudos “donos” não conseguiriam gastar mesmo se dez vidas tivessem? Como fazia o cavaleiro de Granada, que alta madrugada brandindo sua espada, rumava em louca disparada. Para quê? Para nada, explicou o genial Miguel de Cervantes.
Por que tanta briga, tanto roubo, tanta arrogância, tantas fazendas, tantas cabeças de gado, tantas viagens à Paris ou Miami, tantas jovens amantes, se no final iremos todos morrer na praia?
Ninguém pode ser feliz vendo o desemprego em massa e crianças sem as necessidades básicas. Precisamos de um sonho calcado num futuro melhor, até para podermos lutar para alcançá-lo. Mas, os jovens não estão tendo esse direito.
O imortal poeta Ferreira Gullar está com a razão. É preciso se reinventar a política para preencher essa lacuna.
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