quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

É preciso reinventar a política para dar alguma esperança às novas gerações

Achei emocionante a última crônica do poeta Ferreira Gullar, em que questionou os regimes capitalista e comunista. Assim como ele, creio que a sociedade igualitária é uma meta inatingível, pois por natureza somos desiguais. No entanto, o que importa é a caminhada em direção a um mundo menos desigual, nesse ir e vir em busca de uma menor exploração do homem pelo homem, que gera grandes fortunas em contradição com a miséria absoluta, que cresce assustadoramente nas grandes cidades da maioria das nações.
Podemos engrandecer o livre mercado, a globalização, o regime capitalista selvagem, enquanto nossos irmãos passam fome e dormem nas marquises das grandes cidades, sendo acordados com baldes de água gelada? Alguns já foram até queimados, sem chance de defesa.

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Na outra ponta, os regimes comunistas também não responderam aos anseios das sociedades, como na Rússia, em Cuba e na China. A antiga URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas) ruiu em meio às reformas Perestróica e a Glasnot, envolta na corrupção e na ditadura feroz do Partido Comunista, cujos dirigentes viviam nababescamente em fazendas e mansões, em contraste com a pobreza do cidadão comum.

Tanto no capitalismo como no comunismo, os líderes acumularam fortunas em paraísos fiscais. Para que acumular tanto dinheiro, cujos pseudos “donos” não conseguiriam gastar mesmo se dez vidas tivessem? Como fazia o cavaleiro de Granada, que alta madrugada brandindo sua espada, rumava em louca disparada. Para quê? Para nada, explicou o genial Miguel de Cervantes.

Por que tanta briga, tanto roubo, tanta arrogância, tantas fazendas, tantas cabeças de gado, tantas viagens à Paris ou Miami, tantas jovens amantes, se no final iremos todos morrer na praia?

Ninguém pode ser feliz vendo o desemprego em massa e crianças sem as necessidades básicas. Precisamos de um sonho calcado num futuro melhor, até para podermos lutar para alcançá-lo. Mas, os jovens não estão tendo esse direito.

O imortal poeta Ferreira Gullar está com a razão. É preciso se reinventar a política para preencher essa lacuna
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