sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Big Grande Irmão

Não sei se eu preciso afirmar categoricamente aqui que também não sou trumpista. Sou um publicitário. Como tal, percebo cada dia mais intensamente o buraco mais embaixo em que andamos nos metendo. Provavelmente fruto da imensa tolerância com a burrice generalizada que nos acossa impunemente, Trump é mais uma das muitas soluções simplistas e erradas, onde embarcam todos aqueles que não têm mais de cinco minutos de paciência e compreensão com qualquer assunto que se apresente. É a “decadence”.

Da gritaria no Senado brasileiro ao “gópi” que assistimos na televisão avermelhada de véspera, o certo é que nada está certo, no reino da hipocrisia bruta. Sou testemunha, neste nobre espaço de contendas, que este democrático condomínio permitiu que a gente sempre se manifestasse com total liberdade, dando nome aos bois, às vacas e a outros animais da fauna que nos importuna, há tanto tempo e de forma tão insistente. Penso que Trump é a resposta. A resposta jogada no ventilador. A resposta na Geni. O bosque encantado, com que sonham todos aqueles que só enxergam o mundo pelos extremos.

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O grande problema que vejo, no entanto, é que outros antes dele também prometeram o tal céu de brigadeiro com cajuzinho, só que pelo outro lado. Destes, no entanto, a esmagadora maioria da “mídia” não foi capaz de descrever, com palavras tão certeiras quanto as usadas aqui neste potente desabafo, o que vinha ocorrendo por debaixo dos lençóis macios. Aí está o resultado. Eu lamento que muitos aqui não entendam o quanto a sociedade é reacionária e plebe rude. O quanto está com o saco na lua. O quanto é capaz de se revoltar e escoicear a realidade até que esta se pareça uma massa disforme e disfuncional, capaz de se amoldar a qualquer picaretagem que se apresente. O quanto todos estamos de esgotados desse amontoado de discursos rasos como um pires.

Alguém pendurado na esquerda disse que “os Estados Unidos ainda não estão preparados para uma mulher no poder”. Não entendeu nada, certo? O Brasil estava preparadíssimo para uma mulher no poder. Justo aquela, de tantas. Aquela que mereceu cada pescoção que levou, muitos deles daqui mesmo. Pois eu acho que faltam pessoas que falem com essa clareza. Que assumam posições. Que assumam riscos. Que se tornem referências. E que trabalhem, principalmente. Se não tem ninguém para assar o bolo, vamos dividir a sobremesa com essa pobreza toda de que jeito? Taí uma pergunta que os ilustres políticos, de todos os matizes, deveriam responder primeiro. Estão todos ocupados demais, penteando os próprios topetes. Vão pentear macacos.

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