Pois é… Estivesse ele apenas fazendo uma crônica da crise, eu viria aqui para dizer que a um presidente não cabe se eximir da culpa, virar de lado e dormir. É preciso dar resposta. E, justiça se faça, ele está tentando. Encontra-se ainda na fase da catequese. Mas deixou claro qual é o caminho. Seu governo está apenas no começo. E olhe que a situação é particularmente delicada. Porque estamos também em ano eleitoral. E sabem como é… Em tempos assim, políticos querem é soltar dinheiro, em vez de cortar. Sem uma maioria de três quintos na Câmara e no Senado, o presidente não conseguirá fazer o mínimo necessário.
Escrevo isso porque noto aqui e ali a impaciência: “Ah, governo recua de novo”. Ou: “Governo hesita em fazer tal coisa…” Acho recuos e hesitações naturais nesse contexto, ainda que eu já tenha recomendado e reitere que ministros não saiam pensando alto por aí. Com a nomeação de um porta-voz, espero que diminuam os contratempos nessa área.
O que vem pela frente não é fácil. Aprovar o teto de gastos — e os Estados também precisam entrar nesse regime — vai requerer engajamento do Congresso. Sem o Legislativo, não há saída possível. Ou só há uma saída, como sabe Dilma Rousseff. Tinha mesmo de cair porque cometeu crime de responsabilidade. Mas não teria caído se tivesse conseguido manter sua base de apoio. E olhem que, no fim das contas, ela só precisava ter 28 senadores com ela… Nem isso conseguiu! Mas volto ao ponto.
É claro que a culpa não é de Temer, mas lhe coube a responsabilidade de dar uma resposta. O crime mais grave cometido pelo PT no país foi ter destroçado as contas públicas e ter elevado os gastos a um patamar insuportável. As consequências? Juros na estratosfera, investimentos em baixa, recessão, desemprego ainda em alta. E tudo isso aliado à pressão inflacionária.
A vigarice de esquerda já se prepara para jogar os dissabores no colo de Temer. Os que pretendem ser “justos” dizem que a ex-presidente teve a sua parcela de culpa ao nomear Joaquim Levy para a Fazenda. São duas mentiras escandalosas. Levy começou a desarmar as bombas que a dupla Dilma-Mantega armou na economia. A recessão não veio por causa do ajuste, que, de resto, ainda nem aconteceu. O ajuste é consequência de um país quebrado. E já em recessão.
O presidente tem razão. A culpa não é dele. A ele cabe a responsabilidade de encaminhar as soluções, cujos efeitos benéficos não surgirão num estalar de dedos.
Para o crime mais grave do PT — ter quebrado o país — , não há pena. Infelizmente!
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