O complexo de moradias, conhecido como "o projeto habitacional mais antigo do mundo", fica na cidade alemã de Augsburg, na Baviera. O valor dos aluguéis não subiu ali desde o século 16, quando era cobrado em florins.
O local abriga cerca de 150 pessoas que vivem em casas pitorescas, algumas das quais atravessaram os séculos com suas fachadas quase inalteradas.
"Somos uma pequena comunidade e nos damos bem", diz Ilona Barber, 66, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Contendo ainda um museu, um apartamento-modelo e um bunker construído durante a Segunda Guerra Mundial, o complexo é um dos principais atrativos de Augsburg: recebe cerca de 180 mil visitantes por ano.
Os vizinhos Ilona Barber e Friedrich Fischer passeiam em Fuggerei |
Fuggerei foi fundado em 1521 por Jakob Fugger, "o Rico", um comerciante e banqueiro da época que destinou parte do seu ímpeto filantrópico à criação de um complexo residencial dedicado aos necessitados da cidade.
Mas o presente vinha com condições registradas por escrito: para viver em Fuggerei, além de necessitado por motivos econômicos, era preciso ser católico e rezar três vezes por dia.
As mesmas condições continuam valendo hoje em dia, mas segundo Astrid Gabler, porta-voz de Fuggerei, a decisão de cumprir ou não com as orações é uma decisão individual de cada morador.
O complexo conta com uma igreja e um padre, que também vive ali.
Há outras exigências: as portas, por exemplo, são fechadas às 10h da noite. Quem volta para casa depois desse horário precisa pagar uma multa entre 50 centavos de euro e um euro (entre R$ 1,80 e R$ 3,60), dependendo da hora.
A aposentada Ilona Barber diz que se considera uma pessoa de sorte. Conta que a pensão que recebe do Estado é "muito limitada" e que não seria suficiente para pagar um aluguel na cidade.
Todas as manhãs ela sai para uma caminhada com seu vizinho de baixo, Friedrich Fischer, de 95 anos. Fischer vive en Fuggerei desde antes da Segunda Guerra Mundial.
"Nós, moradores, fazemos trabalhos para a comunidade. Eu agora estou encarregada da vigilância durante a noite", afirma a aposentada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário