Em geral, a sociedade nos treina para sermos bonzinhos, bem-mandados, obedientes. Dizer: “sim” , “pois não”, “é claro”. Andar e agir em manada. Cabeça baixa, sem reclamar e deixando escapar suspiros recheados de falsa fé, do tipo “é Deus quem quer”. Por questões sociais, familiares, nos esforçamos ao máximo para agradar ao outro. Principalmente, se esse outro for importante, rico, chefe, autoridade ou alguém que tememos ou admiramos. Portanto, como dizer não ?! E se... ele me punir? E se... ele me evitar? E se... ele se frustrar comigo? E se... milhões de besteiras?
Comedores de sapos, ruminadores de mágoas, sabotadores silenciosos da própria insatisfação. Maioria silenciosa a resmungar maldizendo políticos, cônjuges, filhos, colegas de trabalho. Mas sempre dizendo o que não pensa para agradar, sorrindo falsamente quando gostaria de chorar, fazendo coisas que odeia fazer. Segue a fila, vira manada. Em silêncio. E iluda-se, pois mil vezes que disser “sim” te chamarão de príncipe encantado. Um dia , tomando coragem inédita, finalmente dirá seu primeiro “não”. Quase por encanto, te transformarão num sapo barbudo.
Assim caminha a humanidade. E já que encanto existe para ser quebrado, que tal rever essa baixa auto-estima e na busca de sua libertação dos conflitos intrapsíquicos, buscar um mínimo de coerência: dar a resposta verdadeira a cada estímulo que receber. Mas, lembre-se, vivemos a era da imaturidade. Ninguém quer escutar nada que não seja aquilo que quer ouvir. Então, saiba que há grande chances de ser deletado de redes ou massacrado por ciberbulling. Nada do que não acontece nas chamadas “conversas de vestiário”. Mil vezes melhor o “tô nem aí” do que o tal do infernal e adoecedor “e se...”
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