Sabemos por que Fernando Henrique e Lula foram eleitos: ambos tinham sólidas trajetórias políticas, um como respeitado sociólogo, outro como vitorioso líder operário. Sabemos por que Fernando Henrique e Lula foram reeleitos: ambos fizeram primeiros governos eficientes, costurando inteligência política e bons resultados econômicos.
Contudo, e esta é a pergunta de um milhão de acarajés, o que explica a sua reeleição?
Em 2010, ainda não se sabia que Dilma era Dilma. Em 2014, já. Como Collor, ela demonstrara ser duplamente incapaz: de fazer política e de conduzir a economia. Mostrassem habilidade para uma ou outra coisa, teriam permanecido no cargo, mesmo sendo procedentes as acusações de corrupção e de fraude fiscal que serviram de base para os respectivos afastamentos. No de Dilma, o “algoz” Eduardo Cunha selecionou, dentre os pedidos de impeachment, uma acusação que não respingasse nele mesmo.
Collor e Dilma foram produtos da mesma ilusão. Há uma perversão perigosa da democracia quando candidatos são fabricados por marqueteiros pagos graças ao abuso do poder econômico, seja o dinheiro arrecadado legal ou ilegalmente.
Pelo bem daquele que o ex-primeiro-ministro britânico Churchill chamou de o pior sistema político com exceção de todos os outros, talvez fosse o caso de se pensar em prisão preventiva para os marqueteiros durante a campanha eleitoral de 2018.
Arthur Dapieve
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