Existe um ditado que diz: “Aqui se faz, aqui se paga”. E o PT está pagando caro pelos crimes de lesa pátria que cometeu. Paga um preço alto pelas mentiras, pela corrupção e pela roubalheira generalizada. Muitos de seus personagens, que ajudaram o Lula ao chegar ao poder, hoje vivem nos presídios, a exemplo dos três tesoureiros do partido e do seu principal ministro, o ideólogo Zé Dirceu, um homem amargurado, desolado na cadeia. Outros, como os empreiteiros Leo Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht pagam caro pela amizade com Lula que não só envolveu seus amigos nas maracutaias como também deixou que os filhos e a mulher virassem alvos da polícia e da justiça. Quem esteve ao seu lado nas últimas décadas experimentou o fogo voraz do purgatório.
A presidente também foi vítima dessa maldição que pulverizou seus companheiros. Antes de ser candidata teve que se curar de uma grave enfermidade. Elegeu-se à sombra de Lula para que ele governasse o país pela terceira vez. No segundo mandato, quando tentou carreira solo, foi atropelada pelo companheiro que mudou o status do seu governo e a obrigou a seguir suas orientações. Lula nomeou os corruptos da sua lista para as empresas públicas com a recomendação de fazer caixa para manter o partido no poder mesmo que para isso derretesse o patrimônio da Petrobrás.
Durante o mandato, Dilma não passou de uma marionete manipulada por ele.
A presidente bem que poderia ter desconfiado das intenções de Lula, quando saiu das trevas da burocracia para virar candidata à presidente. Sabia das suas limitações e da sua incapacidade para tal tarefa, mas foi sacudida pela vaidade e pela sede de poder mesmo consciente de que seria uma coadjuvante no processo político do PT. Deixou-se levar pelos parasitas sindicais, saqueadores dos cofres públicos, e virou cúmplice da bandalheira. Não adianta, portanto, dizer que é honesta. Ao ser banida do cargo, deixa o país na mais profunda crise moral e econômica. Acumpliciou-se com os corruptos petistas e com eles governou até ser tragada pela maldição de Sano André.
A Dilma é o tipo da burocrata que se deixou ser usada pelos políticos vivaldinos. Lula tinha outros pretendentes dentro do partido, até mais qualificados, para sucedê-lo. Mas preferiu levá-la ao poder para continuar liderando a organização criminosa junto com empresários e políticos parceiros. Sabia que teria na Dilma total e absoluta submissão às suas ordens por tê-la chefiado. Por isso, contrariou o partido quando a escolheu como sucessora. Por tal ousadia, hoje paga um preço caro: perdeu a sua presidente, está indiciado pela Polícia Federal e destruiu o partido que criou sob a égide da ética. Paga o preço da suprema arrogância e do egocentrismo.
Lula levou à sepultura todos que o acompanharam até hoje. Conduz também para a cova rasa o povo brasileiro ao enganá-lo com seus arroubos de honestidade. Enganou os mais necessitados com pão e circo para depois jogá-los na miséria quando aprofundou o país na mais aguda recessão econômica em parceria com a sua sucessora e ao liderar o maior assalto aos cofres públicos.
Com a excomunhão do PT, Dilma vive agora seus dias de agonia. Apeada do trono, começa a botar os pés no chão e volta abrir a maçaneta da porta, deferência até então a cargo do séquito que a acompanhava. Sem a imunidade presidencial, passará os dias atormentada à espera da intimação que a levará a presença de Sergio Moro para responder pelos crimes da Lava Jato. O juiz vai exigir explicações dela sobre os 4,5 milhões de dólares que o marqueteiro João Santana recebeu da sua campanha e que, segundo o próprio denunciou em delação premiada, teriam sido roubados da Petrobrás.
Em outro processo, a ex-presidente também terá que explicar por que autorizou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, por mais de 1 bilhão de dólares, uma sucata que não valia nada. Ao depor na operação Lava Jato, Nestor Cerveró, o diretor internacional da Petrobrás, disse com todas as letras que ela sabia da negociata que mergulhou a estatal em um prejuízo monumental. A Dilma, portanto, deve responder por essas ações nefastas que afundaram o país e dilapidaram o patrimônio das empresas estatais.
Dilma deslumbrou-se com o poder ao se aproximar de Lula que a prestigiou com todos os cargos no seu governo. Maquiavelicamente a manteve sob o seu domínio para tentar se perpetuar no comando do país, pois ameaçava voltar à presidência para sucedê-la depois. No cargo de presidente, Dilma logo botou as unhas de fora. No tratamento com os funcionários mais humildes, seus auxiliares, mostrava-se arrogante, prepotente e grosseira. Diante de Lula, curvava-se à submissão. Não contrariava o chefe por temê-lo. Achou que o poder era eterno. Agora, quando deixa a presidência, ouve a torcida silenciosa de seus ex-auxiliares fazer o coro do “já vai tarde”.
Os brasileiros não sentirão saudades da Dilma. Não têm motivo para isso. Nem a história deverá ser generosa com ela. Será reconhecida pelas futuras gerações como a presidente que “foi sem ser”. Que sentou na cadeira da presidência como uma auxiliar do antecessor, que fechou os olhos para a quadrilha de assaltantes petistas que depenou as principais empresas púbicas, que provocou o maior dano à economia do país e praticou o maior estelionato eleitoral de que se tem notícia na república.
Dilma passará para história como personagem do anedotário popular. O brasileiro nunca fez tanta piada com um presidente da república como fez com ela. Seus pronunciamentos à nação, quando não escritos por seus assessores, eram verdadeiros esquetes que faziam a felicidade dos nossos humoristas. Pedalava nas ruas e dentro do governo. Virou personagem de livro. Escritores e pesquisadores até hoje tentam decifrar seu pensamento turvo e nebuloso. Suas frases delirantes e incompreensíveis estão catalogadas hoje no folclore político. Quando viajava para o exterior deixava os brasileiros sobressaltados e envergonhados com os seus factoides alucinógenos e extemporâneos, características de quem certamente tinha um desarranjo mental.
Com o afastamento definitivo dela do poder, depois de seis anos de escândalos, que me desculpem os dilmistas, mas aqui faço coro com os ex-auxiliares humilhados e desrespeitados pela ex-presidente: já vai tarde.
Jorge Oliveira
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