sábado, 27 de agosto de 2016

A moda pode pegar

Foi um triste espetáculo, a transformação do Senado num hospício. Melhor, porém, que tenha sido na segunda sessão do capítulo final da batalha do impeachment, não no final. Mesmo assim, não há certeza. Pelo menos, quando Dilma Rousseff for depor, segunda-feira, o grupo das galinhas cacarejantes e do galinho maluco não encontrará pretexto para tumultuar os trabalhos. Para Gleisi, Vanessa, Fátima e Lindbergh, entre outros, o objetivo será transformar Madame em vítima, ainda que Caiado, Renan, Magno e seus pimpolhos estejam preparados para inverter a equação.

O desempenho dos senadores na manhã de ontem, porém, foi uma fraude. Demonstrou que, se algum deus da baderna viesse a suprimir o Congresso de nossas instituições, o país inteiro aplaudiria. Com as exceções de sempre, o Senado suplantou a Câmara na encenação de uma das maiores pantomimas já verificada entre nós.

Será cobrada dos que maiores vexames ofereceram no funcionamento do Legislativo a punição da perda do mandato por qualquer Conselho de Ética. Não merecem representar o eleitorado e a federação.

Salvo inusitados, a tragédia aproxima-se do final. Dilma deve ser punida por permitir a ação da quadrilha que evoluiu a favor e contra ela.

Há quem imagine a possibilidade de Michel Temer não conseguir cumprir o anseio nacional de recuperação econômica, política e social. Tem gente preparada para apresentar em poucos dias seu pedido de afastamento. A moda pode pegar.
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O ministro Ricardo Lewandowski obrigou-se a usar o Poder de Polícia na direção dos trabalhos, mas ficou na promessa. Bem que poderia ter determinado à Polícia Legislativa que conduzisse uns tantos senadores às celas certamente encontradas nos porões do palácio transformado em estabelecimento imoral.

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