Não só isso: a crise chega depois de 13 anos de poder, sendo que os 22 que o antecederam foram dedicados à construção da imagem do monopolista da ética e da moralidade pública, atacando todas as outras forças políticas porque supostamente comprometidas com a corrupção.
Um dos sinais dessa dificuldade se revelou nesta quarta-feira. Embora esteja exercendo o terceiro mandato consecutivo na Bahia — agora com Rui Costa, depois de dois com Jaques Wagner —, o partido não terá candidatura própria à Prefeitura de Salvador. O Estado era um dos redutos eleitorais mais fortes do partido. É bem verdade que a legenda nunca conseguiu administrar a capital.
Os petistas vão se juntar ao PSB — que é petista-dilmista no Estado — e ao PCdoB para lançar uma candidata dessa legenda, a deputada Alice Portugal. ACM Neto, do DEM, atual prefeito, disputa a reeleição e é considerado por todos o favorito.
As pré-candidaturas do PT não teriam a menor chance de vingar. Um nome era Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura, que é simplesmente ignorado pelas bases do partido e pelo eleitorado mais pobre. Outro, o deputado federal Valmir Assunção, é mero braço do MST e afasta o eleitorado de classe média. Um terceiro, o vereador Gilmar Santiago, não conseguiu se eleger nem deputado estadual em 2014.
É claro que isso reflete a crise por que passa o partido. Já está certo que outras capitais do Nordeste também não terão candidatos próprios: Teresina, Aracaju, São Luís e João Pessoa. Ocorre que as dificuldades não se limitam a ser cabeça de chapa.
Segundo levantamento de abril, o partido perdeu 135 dos l38 prefeitos eleitos em 2012 (21,15%). Em alguns Estados, a situação é dramática. Em São Paulo, caíram fora 35 dos 73 (48%); no Paraná, 18 dos 40 (45%); no Rio, 7 dos 11 (63,63%).
Isso demonstra que nem os petistas acreditam nas histórias contadas pela direção do PT. A cada vez que vemos Lula ou Dilma, com suas bazófias, a anunciar amanhãs sorridentes para a legenda, devemos nos lembrar de qual é o sentimento real do eleitor.
Ora, um partido não consegue lançar um candidato quando não está em conexão com o sentimento das ruas. E vê a fuga de seus filiados quando já não consegue mais lhes oferecer um horizonte.
Que caminhe para a extinção, abandonado pelo povo. É o justo! É o merecido.
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