sexta-feira, 17 de junho de 2016

Depois do sonho em Barcelona, a realidade cruel no mundo e no Brasil

Miran
Às vésperas de domingo, após passar a sexta-feira e a maior parte do sábado nos arredores de Barbacena, cansado da viagem de automóvel por uma rodovia perigosa – que já foi privatizada, mas que, por enquanto, ainda não acarretou, para o contribuinte, o benefício pelo qual pagou caro –, retornei à realidade na qual vivem nosso país e o mundo.

Na antiga fazenda da família Bias Fortes, debaixo de frondosas árvores, sem notícia do mundo e do Brasil, curtimos um bonito dia de céu azul e de frio – um regalo para quem, como eu, se tornou escravo de jornais e emissoras de rádio e televisão, que se somam às redes sociais, uma febre que nos assola. Regalo maior foi a recepção que tivemos (eu, minha mulher e casais amigos) de Maria Bias Fortes e do casal Maria Inês e Sérgio. Na manhã de sábado, além do pão fresquinho buscado na cidade, nos trouxeram jornais, que se quedaram intocados.

Tanto a fazenda, que antigamente contava com 120 alqueires mineiros, quanto o belíssimo palacete construído na cidade por Crispim Jacques Bias Fortes, para que nele residisse o filho recém-casado José Francisco Bias Fortes, ambos ex-governadores de Minas, guardam, além de livros, fotos e documentos, parte da história de nosso Estado. Tombado pelo governo, a família estuda alternativas para dar a ele o destino que merece. A função caberá a Danuza, herdeira política dos Bias Fortes, filha do saudoso Biazinho, que já foi prefeita.

A sensação que senti, naquelas paragens, foi de total paz. Na realidade, permaneci fora do mundo não por um dia, mas por um longo tempo. Todavia, como nem tudo acontece da maneira que a gente deseja, no domingo, ainda bem cedo, quando iniciava meu café da manhã, assisti pela televisão às cenas do massacre na cidade de Orlando, na Flórida (EUA), que se orgulha de ser dona dos mais belos jardins do mundo. Na boate gay Pulse, o maluco Omar Mateen, norte-americano, mas descendente de pais afegãos, sem qualquer motivo aparente, abriu fogo contra os que lá se divertiam, matando 49 pessoas e ferindo outras 53.

Na segunda-feira, 13, o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado, mas hoje, dois dias antes da publicação destas linhas, há quem diga que, como tudo na vida, o terror evoluiu para admitir a entrada em cena do “lobo solitário”. Segundo o colunista da “Folha de S. Paulo” Hélio Schwartsman, grupos radicais que usam a internet elegeram, como alvos a serem seguidos pelos “malucos solitários”, “símbolos mais abstratos do Ocidente, como a liberdade de expressão (‘Charlie Hebdo’), a liberdade individual (vida noturna em Paris) e, agora, a liberdade sexual”.

Antes de me mandar para a domingueira e proveitosa conversa semanal no Clube Campestre, já “cheio” (entenda como quiser a expressão, leitor) das notícias que me fornece a melhor das mídias, a impressa, interei-me rapidamente do que anda fazendo por aí Dilma Rousseff, além de ter jogado no esgoto as finanças nacionais, quando presidente da República.

Eis, então, a última que me chegou: segundo aliados, a presidente afastada resolveu tocar, ela própria, seu perfil na rede social. Ao mexer, pessoalmente, no Facebook, e com a convicção de que não fez nada de errado, chamou o governo Temer de “lambança”.

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