O presidente Fernando Henrique Cardoso lançou, no dia 5.6.2001, o Projeto de Conservação e Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco, que foi transformado, em 2004, no Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco, sob responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Integração Nacional e participação de outros 14 ministérios, além da Codevasf, da Agência Nacional de Águas (ANA), do Ibama, do ICMBio e da Funasa, mas os resultados têm sido pífios, porque os problemas na bacia aumentaram bastante desde então. A nascente do Velho Chico esteve seca, por alguns dias, em 2014. O rio Pará está coberto de aguapés na altura da usina do Gafanhoto, em Divinópolis. Ele recebe, logo depois, seu afluente Itapecerica, comprometido por esgoto “in natura” de uma cidade média. A canalização de 134 km de córregos em Belo Horizonte constitui uma aberração de urbanismo.
Apesar dessa fragilidade, as obras de transposição do São Francisco começaram em 2007 e talvez nem terminem, apesar das despesas monumentais já consumidas.
Parece que o destino do Brasil é mesmo ignorar problemas existentes, iniciando outras obras fadadas ao fracasso, diante da malversação dos recursos públicos e dos erros de planejamento. Assim, os brasileiros continuam padecendo com suas dificuldades e distanciando-se dos países desenvolvidos. Quando o objeto da ação é uma bacia hidrográfica, o malogro é mais grave, porque implica degradação de um ecossistema, extinção de vida fluvial, transtornos na economia e comprometimento do futuro da população.
O Tribunal de Contas da União tem verificado que, apesar do aparato institucional para revitalização da bacia, não há cumprimento dos objetivos, como recuperação de áreas degradadas e intervenções voltadas para o desenvolvimento sustentável da região.
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