sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

'Há metais pesados no rio Doce'


Análises feitas por uma equipe independente de pesquisadores mostram que há níveis elevados de metais pesados no curso do rio Doce. Os dados são conflitantes com os de outro relatório divulgado nesta semana pelo governo , que nega a presença desses metais. A dúvida permanece: qual é a qualidade das águas atingidas pela enxurrada de rejeitos?

O Grupo Independente para Avaliação do Impacto Ambiental (Giaia), formado por cientistas voluntários de várias universidades, analisou amostras de água coletadas entre os dias 4 e 8 de dezembro, em dez pontos ao longo dos três rios mais afetados pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, em 5 de novembro: Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce.

"Em várias dessas amostras, encontramos níveis de manganês, arsênio e chumbo acima do considerado seguro pela legislação brasileira", afirma a toxicologista Vivian da Silva Santos, do laboratório de nanotecnologia verde da Universidade de Brasília (UNB) e integrante do Giaia, que realizou as coletas e análises. Nesse laudo preliminar, foram medidas as concentrações de dez metais.

O relatório divulgado pelo Ministério de Minas e Energia nesta terça-feira analisou a presença desses mesmos metais em amostras de água coletadas de 12 a 23 de novembro em vários pontos do rio Doce pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O laudo diz que a qualidade da água é compatível com os dados colhidos antes do desastre.

Um terceiro relatório, divulgado na mesma data pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), detectou metais pesados em concentrações acima dos limites considerados seguros para o rio, mas principalmente nos dias em que a enxurrada de lama passava pelos pontos de coleta. Alguns dias depois, segundo o órgão, esses níveis se reduziam e voltavam à normalidade. Os dados também são conflitantes com os encontrados pelo Giaia.

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