“O PT acabou cum nóis”. A frase em linguagem popular vinha de um senhorzinho desses desgastados pela vida – suado, rosto de muitas rugas e cabeça quase branca -, num balcão da loja de material de construção.
“Qualquer um, de qualquer partido podia fazer esses feios, que eles fizeram. O PT não. Porque a gente vinha e dizia: quando um trabalhador chegar lá, isso vai acabar. E num acabou. Foi pior.”
Meios sorrisos do grupo pequeno de ouvintes involuntários animaram o arremate do senhor suado, que olhava para o caixa, mas falava para todos. “Num sei se concordam ou num concordam, mas o que to falando é o que eu sinto e muita gente sente tamém. Eles num podiam. Isso acabou cum nóis.
Não houve comentários, nem bate boca – o que é raro nos dias de hoje, quando assunto PT e suas alopragens. A fala do senhorzinho tinha um tom de lamento, de frustração, de dor mesmo.
De um jeito tosco, traduzia a dor que dói em muita gente. Particularmente na parcela dos de mais de 40 que, mais à esquerda, filiados ou não no Partido dos Trabalhadores, tinham carinho por ele e fé de que, mudando de turma, mudava também (um pouco que fosse) o jeito histórico e feio de fazer política sempre em favor do interesse próprio. Muito pouco a favor do país.
Dói não ter defesa a emitir porque é indefensável. Dói o igual pra pior no que sonhava pudesse ser diferente. Dói ser pego, de novo, no contrapé da ingenuidade.
Dói ver morrer na praia depois de muito nadar e ter surfado (tão pouco) na adrenalina de esperança - agora, de equilibrista a desequilibrada, tonta de susto em susto.
Dói assistir o eterno retorno de mais do mesmo. Vai que vai e não vai. De novo.
Há os ingênuos, há os esperançosos. Há os que são os dois. E os que foram os dois agora são só perplexos tontos a engolir 7 a 1 contra, dia a dia, de fogo amigo.
Vem lá da infância velho jogo de palavras, usado em deboches de muitos sentidos: como é que pode o cabrito virar bode?
Como é que pode gastar de 30 anos construindo, passinho a passinho, uma marca e destruir em 5?
Como é que pode ter conquistado fidelidade de mais de ¼ do eleitorado, 1.59 milhão de filiados, desfazer tudo, fazer esquecer inclusive o que foi feito de bom, e virar zona, Geni, casa da mãe Joana?
Como é que pode o que mitou, desmitar e desmilinguir assim em praça pública?
A favor ou contra, não precisa responder. Nós, os doloridos, sabemos que não há condescendência com os da estrela vermelha de cinco pontas. Ok. Os contrários vêm em avalanche, sem piedade.
Mas é também inegável que eles deram mole. (E bota mole nisso!) Sem cerimônia, esbanjam batom na cueca, um atrás do outro.
É o inegável que dói no senhorzinho das rugas e “ni nóis” – os tolos, sonhadores, a cair sempre no conto dos vigários (espertos?). Hoje, o inegável, faz “di nóis” barata tonta - desesperançados e constrangidos espectadores do fim do poço, sem fundo.
“Qualquer um, de qualquer partido podia fazer esses feios, que eles fizeram. O PT não. Porque a gente vinha e dizia: quando um trabalhador chegar lá, isso vai acabar. E num acabou. Foi pior.”
Meios sorrisos do grupo pequeno de ouvintes involuntários animaram o arremate do senhor suado, que olhava para o caixa, mas falava para todos. “Num sei se concordam ou num concordam, mas o que to falando é o que eu sinto e muita gente sente tamém. Eles num podiam. Isso acabou cum nóis.
Não houve comentários, nem bate boca – o que é raro nos dias de hoje, quando assunto PT e suas alopragens. A fala do senhorzinho tinha um tom de lamento, de frustração, de dor mesmo.
De um jeito tosco, traduzia a dor que dói em muita gente. Particularmente na parcela dos de mais de 40 que, mais à esquerda, filiados ou não no Partido dos Trabalhadores, tinham carinho por ele e fé de que, mudando de turma, mudava também (um pouco que fosse) o jeito histórico e feio de fazer política sempre em favor do interesse próprio. Muito pouco a favor do país.
Dói não ter defesa a emitir porque é indefensável. Dói o igual pra pior no que sonhava pudesse ser diferente. Dói ser pego, de novo, no contrapé da ingenuidade.
Dói ver morrer na praia depois de muito nadar e ter surfado (tão pouco) na adrenalina de esperança - agora, de equilibrista a desequilibrada, tonta de susto em susto.
Dói assistir o eterno retorno de mais do mesmo. Vai que vai e não vai. De novo.
Há os ingênuos, há os esperançosos. Há os que são os dois. E os que foram os dois agora são só perplexos tontos a engolir 7 a 1 contra, dia a dia, de fogo amigo.
Vem lá da infância velho jogo de palavras, usado em deboches de muitos sentidos: como é que pode o cabrito virar bode?
Como é que pode gastar de 30 anos construindo, passinho a passinho, uma marca e destruir em 5?
Como é que pode ter conquistado fidelidade de mais de ¼ do eleitorado, 1.59 milhão de filiados, desfazer tudo, fazer esquecer inclusive o que foi feito de bom, e virar zona, Geni, casa da mãe Joana?
Como é que pode o que mitou, desmitar e desmilinguir assim em praça pública?
A favor ou contra, não precisa responder. Nós, os doloridos, sabemos que não há condescendência com os da estrela vermelha de cinco pontas. Ok. Os contrários vêm em avalanche, sem piedade.
Mas é também inegável que eles deram mole. (E bota mole nisso!) Sem cerimônia, esbanjam batom na cueca, um atrás do outro.
É o inegável que dói no senhorzinho das rugas e “ni nóis” – os tolos, sonhadores, a cair sempre no conto dos vigários (espertos?). Hoje, o inegável, faz “di nóis” barata tonta - desesperançados e constrangidos espectadores do fim do poço, sem fundo.
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