terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A cidadania das ruas está bem viva

Em pleno domingo, o quinto do ano, a população foi às ruas para exercer o direito cidadão de protestar e pedir o impeachment de Dilma. No entanto, como as manifestações não conseguiram satisfazer em números o desejo de muitos, dando até margem para o governo suspirar aliviado, o dia seguinte foi marcado até por crítica à "pouca participação popular" (?).

Edinho Silva, da Comunicação do Planalto, quase que agradeceu o número menor de manifestantes nas ruas como significativo de que "a população não abraçou o pedido de impeachment". Seria uma declaração lamentável de quem se desse ao respeito, mas não é o caso. Cumpre apenas mal e porcamente a função de pau mandado. Pena que pago com dinheiro público para desqualificar um gesto da imensa rejeição à presidente.


Menos pior do que o desclassificado líder do PT na Câmara, Sibá Machado. "O povo não foi para a rua, o Datafolha (apenas 2% dos presentes nos protestoseram negros) mostrou claramente quem foi para a rua. Uma minoria de pele branca". Os petistas têm esse dom de dividir tudo para melhor explorar para si e ter com que alimentar nababescamente suas famílias

Nem o governo pode se dar ao luxo de divulgar tamanhas besteiras, nem outros têm direito de reclamar de menos gente nas ruas, procurar justificativas para a pouca participação. Isso é descaradamente condenar a democracia cidadã das ruas.

Qual o país já conseguiu promover cinco manifestações pacíficas, todas em domingo, na maior civilidade e democraticamente, com números tão expressivos?

Não importa a quantidade, ainda mais quando chega a centenas de milhares, mas o gesto. Estrangeiros ficam de boca aberta de o Brasil conseguir que o povo vá às ruas, em pleno domingo, para exigir a saída da presidente durante todo o ano.

Em lugar algum acontece gesto dessa ordem como os dos domingos de manifestação no Brasil. Mais ainda, sem qualquer iniciativa de partidos, sem bolsa lanche, vale transporte e outros estímulos.

É para colocar qualquer governo de cabelo em pé, porque ao lado dos milhares nas ruas há milhões em redes sociais, participando, aplaudindo, incentivando a participação.

O Brasil mostra que não mais para aos domingos apenas para ver Ayrton Senna correr, mas para fazer a presidente correr do governo, quiçá do país. É motivo para se bater palmas e pedir bis, hoje e sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário