Veio a público com estardalhaço uma pesquisa que alimenta a conversa do “feminicídio” — esse nome igualmente estúpido, inventado por essa militância — que só serve para criar confusão. Alardeados os números, sem nenhuma contextualização, só servem à mistificação.
Quando se consulta o Mapa da Violência, percebe-se que o crescimento foi de 8,8%, já que, na década, a população feminina teve um crescimento de 11,1%. Os números são bons? Não! Eles são péssimos. Mas só conseguiremos dar uma resposta se trabalharmos com os dados corretos.
Vamos adiante.
Atenção, a taxa de homicídio de mulheres em 2013 foi de 4,8 por 100 mil habitantes. É evidente que é alta. Ocorre que, em 2012, o número de mortos do Brasil chegou a 29 por 100 mil habitantes, com uma média de 154 homicídios por dia. A depender do recorte que se faça, essa taxa pode ser um pouco mais baixa: 26 por 100 mil habitantes.
O número de mulheres assassinadas é, sem dúvida, um absurdo: 4,8 por 100 mil. Ocorre que escandalosa, estupefaciente mesmo, é a quantidade de assassinados no Brasil. Nota-se que entre 82% e 84% das vítimas são homens. E, como se sabe, não se fala de “masculinicídio”. Quando se fazem outros cortes, percebe-se que a esmagadora maioria é constituída de homens jovens.
Os dados vão sendo produzidos aos borbotões. O Brasil estaria em quinto lugar no ranking dos países que cometem o tal “feminicídio”. Na Alemanha, há apenas 0,5 mulher morta por 100 mil habitantes — contra 4,8 no Brasil. Logo, mata-se 8,6 vez mais mulheres no Brasil do que na Alemanha. Ocorre que a taxa de homicídio naquele país é de 0,7 por 100 mil — logo, mata-se, no geral, 36 vezes mais no Brasil do que na Alemanha.
Podemos ir adiante: se a taxa de homicídios alemã é de 0,7 por 100 mil, e a de mulheres, é de 0,5%, há uma diferença de 28,5% entre a taxa geral e a taxa de mulheres assassinadas. No Brasil, a diferença de mortos por gênero é de quase 82%.
Não quero parecer cínico, mas, por esses números, a Alemanha é mais feminicida do que o Brasil.
Não pretendo fazer proselitismo num mar de sangue. Apenas chamo atenção dos senhores leitores para o fato de que o Brasil é muito mais violento do que propriamente machista. Submeter os números da nossa tragédia a uma leitura de gênero é só mais uma expressão da burrice nacional.
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