Mais chocante, escandaloso e grave do que a prisão de Delcídio Amaral por envolvimento na roubalheira da Petrobras terá sido o convite feito e aceito por ele, meses atrás, para que assumisse a liderança do governo no Senado. Foi preso nessa condição, e o convite, feito pela presidente Dilma Rousseff.
Como é possível que Madame não soubesse de nada? Ninguém no ministério ou na direção do PT para alertá-la do comportamento do senador? A situação fica pior pela ignorância que domina o palácio do Planalto. Por onde andava a Abin? E os companheiros?
O envolvimento do líder do governo na aquisição da refinaria de Pasadena teria rendido a ele um milhão e meio de reais, conforme as denúncias filtradas da Operação Lava Jato. Mais ainda, pelas gravações da Polícia Federal, ele chegou a propor ao ex-diretor Cerveró, da Petrobras, uma fuga espetacular para o Paraguai, no jatinho de propriedade de um amigo. Além de 50 mil reais por mês para sua família, no período em que estivesse na cadeia.
Por enquanto, dissolvem-se o governo e o PT como sorvete posto ao sol. Pela primeira vez na crônica parlamentar, um senador é preso no exercício do mandato, por decisão do Supremo Tribunal Federal. Mais barro vai escorregar do episódio caso a suprema corte nacional de justiça se disponha a abrir processo contra Delcídio Amaral. Se ele apelar para a delação premiada, como quase toda a quadrilha vem fazendo, como ficarão o PT e o governo? A cada dia que passa mais revelações atingem os centros do poder. A pergunta que se faz deixou de ser sobre se o país aguentará chegar a 2018 sem profundas convulsões. Chegaremos ao final do ano?
O PT acaba de ser posto em frangalhos. O PMDB não fica muito atrás, depois dos ainda inconclusos episódios encenados pelo presidente da Câmara. A permanência de Dilma no palácio do Planalto volta a ser questionada, porque se Eduardo Cunha perder o mandato, sairá atirando. Provavelmente dará andamento ao processo de impeachment da presidente.
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