quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Brasil desigual

Apesar das políticas de distribuição de renda vigentes no Brasil, sobretudo a partir dos governos FHC, Lula e Dilma, a desigualdade segue gritante no país.

De acordo com levantamento do grupo Credit Suisse, 0,1% dos brasileiros (pouco mais de 2 milhões de pessoas entre cerca de 205 milhões, de acordo com o IBGE) possuem mais de US$ 1 milhão em suas contas bancárias. Enquanto isso, a grande massa – 75,9% da população (mais de 155,5 milhões de pessoas) – precisa se virar com menos de US$ 10 mil de patrimônio privado.

O levantamento aponta que, apesar de a riqueza mediana brasileira ter mais que dobrado entre 2000 e 2015 (saltou de US$ 8.027 para US$ 17.597), a riqueza por adulto caiu 25% apenas entre 2014 e 2015. A principal causa seria a desvalorização do real.


Apesar do empenho do governo para manter os programas sociais – como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida – diante do ajuste fiscal, fica claro que as políticas adotadas até aqui ainda não surtiram o efeito desejado de redução da desigualdade. A tendência, inclusive, é de piora, já que o relator do projeto do Orçamento da União para 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), recomendou o corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família.

A presidente é categórica ao afirmar que o governo não admitirá cortes no Bolsa Família, mas, como o rombo previsto é de, no mínimo, R$ 30 bilhões, segundo a proposta apresentada pelo próprio Executivo, fica difícil garantir a estrutura atual do programa para 2017.

No capitalismo, todos são livres para acumular ilimitadamente as riquezas possíveis de maneira lícita. No entanto, cabe aos governos, em todas as esferas, garantir que, independentemente do saldo no banco ou do número de carros na garagem, todos os cidadãos tenham acesso a serviços públicos dignos.

No Brasil, com sua exorbitante carga tributária, esse é um fator de desigualdade social.

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