O desenvolvimento da indústria, por exemplo, avança no caminho da automação e de processos lógicos que, a cada dia que passa, dependem muito mais de sistemas e muito menos de pessoas, principalmente no chão de fábrica. Esta mudança de perfil – menos gente e mais máquinas – não foi apenas fruto do desejo capitalista de produção em massa, mas também do atraso provocado pelo surgimento dos sindicatos de trabalhadores que, mais do que se comportarem como entidade representativa dos interesses dos empregados na indústria, passaram a se posicionar como agremiações políticas ou até mesmo associadas diretamente a outros coletivos políticos, predominantemente de esquerda.
Como decorrência da ânsia pelo progresso em si, associada à necessária diminuição de entraves que fossem capazes de fechar uma planta fabril inteira por pessoas vestidas de vermelho, os empresários entenderam que quanto menos gente sindicalizada e mais máquinas obedientes, melhor para o mercado como um todo, mesmo que a mágoa rondasse os sindicatos, órgãos sempre atrasados, mas que por sua insistência no atraso, aborrecem o empreendimento e acabam promovendo o desenvolvimento.
No Brasil, dois fenômenos interessantes acontecem simultaneamente: Os sindicatos, ligados à CUT e ao PT, simplesmente pararam de incomodar. Como estão com as burras cheias de dinheiro público e devem subordinação e apoio aos governos de esquerda, se tornaram sabujos obedientes e deixaram num terceiro ou quarto plano os interesses dos trabalhadores. Paradoxalmente, no mesmo instante histórico em que os sindicatos adoçaram seus discursos e ações, mimetizando-se ao governo petista, a produção industrial desabou, os investimentos derreteram e o emprego desandou. Ou seja, o sindicato parou de incomodar e a indústria parou de se desenvolver!
Mais uma greve de bancários? E quem se importa? Internet banking, no smartphone, nos terminais de autoatendimento, pagamentos por celular, cartões de crédito, quem precisa de pessoas? Os sindicatos de bancários no Brasil são responsáveis, em função de seu atraso existencial, por um dos sistemas de automação mais modernos do mundo. Os bancos estão fechados? Qual o problema? Enquanto os sindicatos não tocarem no dinheiro, a vida segue muito melhor sem eles do que com eles. Nós, os clientes, devemos muito da comodidade que temos aos obtusos e vetustos sindicatos de bancários.
Eis aí a tese comprovada. O atraso é um potente motor do avanço e da melhoria. Os sindicatos brasileiros e as suas centrais, ao invés de promover aspectos sociológicos ou humanistas de suas representações, insistem em se manter no breu inóspito do atraso, na treva triste do subdesenvolvimento, apoiando líderes vagabundos, ignorantes e políticos corruptos e incompetentes. Isto serve? Ao avanço tecnológico, sim. À evolução social e do trabalho, não.
Eu sempre digo que, dependendo apenas da autoria, uma ideia pode ser muito boa ou muito ruim. Os sindicatos brasileiros, vermelhos, atrasados, encabrestados, por causa de seus autores, são uma ótima ideia para qualquer país que deseja se desenvolver. Uma ideia tão boa que as contribuições sindicais deveriam ser pagas pelos empresários.
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