Ou seja: a Abin, Agência Brasileira de Inteligência, terá Berzoini à sua frente. E Berzoini pensa e age como José Dirceu. Pode ser uma boa notícia: vou te provar que conhecemos o Mensalão publicamente só porque Dirceu passou a mandar na Abin…
Mas pelo menos devemos a Zé Dirceu o maior fogo amigo que o PT já produziu.
O PTB de Roberto Jefferson não precisava tanto da grana do Mensalão. O partido tinha em mãos os cargos nos Correios. Livres assim, foram alvos de José Dirceu: que ordenou que a Abin plantasse provas contra o PTB para poder garrotear o partido ao PT.
Ao retirar o general José Elito da parada, e colocar Berzoini à frente da Abin, ( ele é homem que pensa e age como Dirceu) Dilma radicalizou perigosamente essa área.
Não custará que a Abin dê novamente um tiro sobre o próprio governo.
Vou te contar como isso aconteceu no passado recente, sob Lula. Este episódio é melhor explicado no livro que lancei em junho passado, como o tenente-coronel André Soares, sobre a Abin. (Confira algo sobre o livro: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2015/05/1631869-ex-agente-da-abin-abre-a-tampa-do-esgoto.shtml; https://br.noticias.yahoo.com/blogs/claudio-tognolli/ezxclusivo-arapongas-da-abin-deixaram-terrorista-183413278.html)
Pois bem: a Operação Monte Carlo, da PF, focou-se em prender agentes ilegais na Abin.
Um deles, o policial Jairo Martins de Souza, foi quem gravou a fita que detonou, em 2005, o escândalo do Mensalão. Trata-se da cena em que um ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 3 mil.
É do conhecimento público que Jairo Martins era um “empregado” da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Recebia R$ 5 mil mensais e tinha a função de cooptar policiais e também levantar informações que pudessem prejudicar os negócios do grupo. Em 2005, na crise do Mensalão, Jairo Martins depôs no Congresso e disse que gravou a fita com Maurício Marinho por “patriotismo”. Não se sabe, ainda, se Cachoeira estaria por trás da denúncia.
Em seus primeiros quatro anos de governo, Lula usava a Agência Brasileira de Inteligência para obter antecipadamente informações de corrupção. Todos os dias, meio dia e meia, Lula se reunia com o general Jorge Félix, do gabinete de segurança institucional. Ali lhe eram repassados os nomes dos membros do governo de quem Lula deveria publicamente se afastar. Por isso a ABIN começou a remunerar, com verbas secretas, policiais federais: para saber deles quem do governo iria cair nas mãos das operações da PF. Lula sempre aplaudiu e apoiou publicamente essas operações porque, afinal de contas, já sabia de tudo antes.
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