Eduardo Cunha obteve seu primeiro mandato como deputado federal pelo PMDB, em 2003, ou seja, ele acompanhou como deputado da base três dos quatro mandatos presidenciais petistas. O dinheiro que está depositado em suas contas na Suíça foi conquistado com o "suor de seu rosto" nas mesmas falcatruas que enriqueceram outros parlamentares dos partidos que apoiam o governo. Participou dos mesmíssimos trambiques que custearam as campanhas presidenciais petistas. Só se afastou do governo em fins de 2013 quando percebeu que as fissuras abertas no apoio a Dilma poderiam lhe proporcionar a presidência da Câmara dos Deputados. De fato, somando as perdas do governo com os ganhos da oposição ele superou por vários corpos de vantagem, o parelheiro da comissária, o arrogante deputado Arlindo Chinaglia.
Primeiro, e principalmente, porque foi dentro das investigações referentes à operação Lava Jato que seu nome surgiu na ribalta dos escândalos. Ora, para quem dizia que a operação era uma armação golpista, nada mais contragolpista do que desmoralizar o arqui-inimigo do governo. Acho que isso até os petistas entendem: a denúncia contra Cunha é atestado de isenção da Lava Jato. Segundo, porque o fato separa nitidamente duas atitudes morais. De um lado, a dos que defendem com unhas, dentes e os mais encardidos sofismas um governo que apodreceu sob a ação de seus "heróis do povo brasileiro". De outro, a atitude dos que colocavam esperanças na atuação de Eduardo Cunha como presidente da Câmara dos Deputados. No entanto, meteu o pé na jaca? Fez o que não se faz? Dane-se e pague a conta de seus atos! Ele não tem em seu favor senão vozes isoladas entre mais de cem milhões de brasileiros que querem ver o petismo pelas costas. Responda-me, agora, leitor amigo: isso não revela duas posições moralmente opostas - a daqueles para quem o poder vale mais do que a honra e a daqueles que não sacrificam dignidade em nome de causas políticas?
Por fim, um exemplo adicional. Os petistas militantes, os que estão para o que der e vier, em flagrante desrespeito à verdade (e este é o primeiro degrau na escada da corrupção) querem fazer de Eduardo Cunha um exemplo da corrupção oposicionista, mesmo sabendo que foi dentro dos contratos dos governos petistas, enquanto membro da base, que ele acumulou a fortuna localizada em bancos da Suíça.
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