Lula fez o diagnóstico numa entrevista ao jornal argentino Pagina 12. Nela, disse que o impeachment não é remédio adequado. Até porque a crise política também lhe parece trivial: “Não é difícil encontrar uma saída. Hoje temos uma certa insegurança na base de sustentação do governo, por divergências entre a Câmara e o governo, entre os partidos políticos. Mas, se recuperarmos a harmonia política, também poderemos resolver os problemas econômicos.”
Ainda que a plateia fosse estúpida e que Dilma virasse a gestora impecável do fabulário petista, Lula ainda teria de responder às seguintes perguntas: o que madame pretende fazer? O que o governo dela tem a oferecer além de mais impostos?
Ninguém lembra o que Dilma propunha na campanha do ano passado. Ainda que lembrasse, não adiantaria. Era empulhação. Fingir que não tem nada a ver com a encrenca pode auxiliar na desconversa de Lula, mas não é uma solução. Se o criador acha que ajuda sua criatura mantendo-se desconectado da realidade, problema dele.
Como diz o vice-presidente Michel Temer, “ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. Se a economia melhorar, acaba voltando um índice razoável. Mas, se ela continuar com 7% e 8% de popularidade, fica difícil.” Só há uma maneira infalível de um governante alcançar a popularidade: a prosperidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário