domingo, 6 de setembro de 2015

Despreparo de Dilma Rousseff chega a ser constrangedor


O país está vivendo uma crise muito grave, cuja causa principal não é interna ou externa, devendo-se atribuí-la à própria incompetência da governante, que é uma espécie de Rei Midas ao contrário – tudo o que faz dá errado. Mesmo assim, já tendo se acostumado com os erros dela, foi com surpresa que a opinião pública tomou conhecimento da declaração da presidente Dilma Rousseff, na sexta-feira, anunciando que o governo federal já cortou “tudo que poderia ser cortado” no Orçamento de 2016.

Sua Excelência afirmou não haver alternativas, dizendo que a única solução para o governo é gerar novas receitas, como se a administração de um país fosse como uma lojinha de R$ 1,99, que de repente pudesse passar também a vender recargas de telefone celular, água mineral, biscoitos e bananadas.

Dilma é de uma incompetência tenebrosa. Mas sabe muito bem que, para o governo ter novas receitas, só existe uma fórmula – criar ou aumentar impostos. A não ser que ela pretenda reestatizar algumas fontes de receita que foram privatizadas, como a ponte Rio-Niterói, as estradas federais e os aeroportos.

Todos sentem que o pais está ficando imobilizado. Os empresários meteram o pé no freio e até o sistema financeiro começa a se assustar com o rumo das coisas, oferecendo aos inadimplentes da chamada Classe C uma oportunidade única – pagamento da dívida com corte de todos os juros, acreditem se quiserem, como diria o outrora famoso Ripley. Todos percebem a gravidade da crise, menos a senhora Dilma Rousseff, que vive num outro mundo, onde todas as despesas são pagas pelos súditos e o cartão corporativo compra até consciências.

A equipe econômica queria cortar 15 ministérios, ela reduziu para 10, mas não pretende reduzir de forma expressiva os cargos comissionados, é uma reforma tipo Denorex, que parece, mas não é. Nem mesmo os cartões corporativos serão suspensos.

Na sexta feira, ao dizer que o Congresso e a própria sociedade deveriam apontar ao governo como arranjar novas fontes de renda, fez questão de anunciar que não haverá cortes em programas sociais. E o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, fez idêntica declaração, em entrevista à agência internacional de notícias Reuters.

Se tivesse o mínimo de cultura e experiência em administração pública, Sua Excelência saberia que o governo está hoje diante de uma “escolha de Sofia”, que é uma versão romanceada do famoso julgamento do Rei Salomão.

O problema que está em cima da mesa dela e da equipe econômica é o seguinte: ou o governo corta seus gastos de custeio e diminui as despesas da máquina administrativa, ou será obrigado a fazer economia reduzindo os programas sociais. Esta é questão, que a presidente, pseudo “doutorada” em Economia, nem consegue enxergar.

Os ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa não são sumidades nem referência profissional, mas sabem o que está em jogo. Desde o início do governo tentam fazer o ajuste fiscal, que ainda não existe, continua em preparação, enquanto o país afunda. E a senhora Dilma Rousseff não ajuda em nada, pelo contrário, atrapalha o tempo todo e continua fazendo pedaladas fiscais no exercício de 2015, vejam até onde vai a desfaçatez desses administradores públicos. Não percebem que o tempo não para e, se não fizerem cortes urgentes nos gastos públicos, o país vai entrar em parafuso e os cortados serão eles.

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