Nero Moura ordenou que a banda atacasse com a marchinha vitoriosa no Carnaval daquele ano,que o Brasil inteiro conhecia e cantava. Foi um sucesso absoluto, a ponto de o general americano cumprimentar efusivamente o comandante brasileiro e até pedir a partitura da “Jardineira”, que imaginou ser o hino da nossa Força Aérea...
Por que se conta essa historinha? Porque a improvisação sempre foi uma característica brasileira. Deveria a presidente Dilma parar de bater cabeça com seus ministros e líderes políticos, sem saber exatamente o que o governo pode fazer para enfrentar a crise econômica. Que tal inundar o país com um plano em condições de devolver o otimismo a empresários e trabalhadores? Proibir demissões, contratar obras públicas, jamais aumentar impostos, mas cortar gastos na máquina pública e também no setor privado. Interromper, pelo tempo que for necessário, o pagamento de extorsivos juros devidos à divida pública, que só beneficiam os especuladores. Enquadrar os bancos e limitar seus abomináveis lucros obtidos às custas da economia nacional. E quanta coisa a mais, sob os acordes da “Jardineira”, ou melhor, da improvisação otimista que nunca nos tem faltado?
Continuando as coisas como vão, ou seja, com o governo sem saber o que fazer diante da crise, multiplicando-se as demissões na indústria, no comércio, nos serviços, na educação e na saúde, breve se tornará inevitável a reação das massas. Certas coisas pegam feito sarampo. A invasão de algum supermercado na periferia de alguma favela poderá acender um rastilho impossível de ser contido. Nessa hora, fazer o quê?
É preciso evitar a explosão. Depois, todos lamentaremos os estilhaços.
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