sábado, 25 de julho de 2015

As dificuldades de perdoar o perdão

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Difícil mesmo é perdoar o perdão. A História está cheia de exemplos de gente que traiu, perdeu, foi perdoada e, sob a capa da adesão incondicional, cheia de arrependimentos e de desculpas, transformou-se em adversário e até inimigo implacável e falso.

Tome-se a relação entre a presidente Dilma e o Lula. Apesar das demonstrações ostensivas de subordinação, subserviência e amizade eterna, depois de elevada ao poder a criatura insurgiu-se contra o criador. Passou a governar como se o primeiro-companheiro fosse um estorvo, uma peça de museu desimportante que devia reverenciar, mas da qual não precisava e nem acreditava, julgando-o ultrapassado. Veio o tempo das vacas magras, Madame perdeu não só a popularidade, mas o controle do país.

O Lula passou-lhe uns pitos, até de público, fez recomendações e abriu os braços para recebê-la de novo e perdoar anteriores desvios. Perdoou.

Aqui se aplica a máxima acima referida. Perdoar o perdão só é próprio do santos. São Pedro traiu Jesus três vezes, foi perdoado e tornou-se o arauto do cristianismo. Mas era São Pedro.

No calvário em que o PT se arrasta, o natural seria a adesão incondicional de Dilma às lições e ensinamentos do Lula, única taboa de salvação para conseguir levar seu governo até o fim. No entanto…

No entanto, assiste-se a presidente perdoada, às escondidas, destilar fel sobre quem a perdoou. O mínimo a esperar dela seria o engajamento total no roteiro traçado pelo antecessor, até como forma de sobrevivência. Não é o que se vê. Apesar de bissextos encontros, Madame dá a impressão de ter ouvidos moucos. Continua aferrada aos postulados de Joaquim Levy e despreza os conselhos de criar fatos positivos e iniciativas capazes de reconquistar a opinião pública. Ignora mecanismos de recuperar a renda nacional e enfrentar o desemprego crescente. Rendeu-se à receita recessiva e não se lembra de anunciar programas de obras públicas em condições de absorver a mão de obra ociosa. Preferiu propor a redução das jornadas de trabalho e do salário dos trabalhadores. Mais a supressão do seguro-desemprego, do abono salarial e das pensões das viúvas. Pratica ao contrário as recomendações de quem a perdoou.

Platão ensinou que nenhuma sociedade consegue evitar o ciclo fatal que se inicia com a monarquia, transforma-se em aristocracia, torna-se oligarquia e explode na democracia, para em seguida mergulhar no caos e redundar na ditadura.

A gente fica pensando qual dessas fases está próxima de se verificar, com panelaços programados para 16 de agosto…

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