quarta-feira, 18 de março de 2015

Dilma, a humilde

A presidente deixa o papa Francisco no chinelo

Lula mandou Dilma ser humilde. O marqueteiro João Santana sugeriu que, por uma questão estratégica, Dilma fingisse que estava humilde. Até o Mercadante, depois de cofiar os bigodões aloprados, disse que achava que no momento uma dose de humildade seria bem-vinda
.
Afinal de contas, no domingo dia 8, Dia Internacional da Mulher, tinha convocado uma rede nacional de rádio e TV – algo impensável em países sérios, mas o Brasil, a gente está cansado de saber, até o general De Gaulle estava cansado de saber, não é um país sério –, para pedir paciência ao povo.

A mulher literalmente arrasa a economia do país, com sua soberba, sua absoluta autoconfiança, sua crença empedernida de que é a maior economista que já pisou a casca deste planeta. Enquanto o esquema de roubalheira que é intrínseco a seu partido corroía a maior empresa nacional, Dilma Rousseff arruinou tudo, não deixou pedra sobre pedra: inflação alta, persistente, contas públicas em frangalhos, indústria arrasada, setor elétrico completamente alucinado, exportações decrescentes, estagnação.

Aí então, depois de tudo isso, é forçada a dar um cavalo de pau, mudar a direção, e aí vai à TV, com aquela cara simpática, agradável, pedir paciência!
Recebeu de volta vaia, berro, panelaço, buzinaço, acendapagaço de luz.

Uma semana depois do discurso vaiado, berrado, panelaçado, buzinado, acendapagaçado, dois milhões de pessoas vão às ruas berrar Fora Dilma, Fora PT.

Horas após as maiores manifestações populares desde as Diretas-Já, a mulher bota dois trapalhões para falar na TV em defesa do governo. Um dos trapalhões, tadinho, resolve toda a questão: ah, protestou quem não votou em nós!

Os dois trapalhões são recebidos com panelaço nas grandes cidades do país.

Aí, finalmente, entraram em campo os profissionais, os políticos bem preparados, os tarimbados, os com jogo de cintura. Lula, João Santana. Baiano por baiano, Jacques Wagner deve ter ido também falar com a patroa. O Berzo, claro, o inteligentíssimo Berzo, ele também deu um toque.

Todo mundo disse para a presidente: É hora de demonstrar humildade.

Aí Dilma foi participar de uma cerimônia qualquer no Palácio e, no discurso, pronunciou: – “Se cometemos algum erro de dosagem (da política econômica), é possível que a gente possa até ter cometido algum.”

Na cara com que ela falou isso estava escrito assim: – “Por#a, car*l&o, merda, nesta joça aqui mando eu e eu sei o que faço, tá bom proceis? E parem de me encher o saco, porque até agora eu tô aqui bancando a boazinha, mas tô quase perdendo a paciência.”

Sérgio Vaz

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