quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O ditador e o prefeito,que a imprensa não vê

O prefeito, a mulher Zeidan, agora deputada,
e Lurian Silva, filha de Lula no desfile na Sapucaí
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, de 72 anos, ditador há 35 anos da Guiné Equatorial, o chefe de Estado há mais tempo no poder na África, e o oitavo governante mais rico do mundo, segundo a revista “Forbes”, injetou R$ 10 milhões no carnaval da Beija-Flor de Nilópolis. Aconteceu, virou manchete dos jornalões.

O enredo “Um griô (homem sábio) conta a História: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade” vai festejar um pequeno país localizado na África Ocidental, formado por duas ilhas e um pedaço estreito de continente, e habitado por escassas 700 mil pessoas. O povo país miserável de lá vai pagar, é claro, o capricho. Como aqui se paga a pré-campanha de certos candidatos.

Arregalam-se os olhos para essa monstruosidade com todos os pontos de exclamação possíveis. O caso vira destaque e a esquerdocracia, com memória curta ou aparelhada, cai de pau no ditador. A própria imprensa pisa na bola por olhar tanto para o próprio umbigo. E como não tem memória, ou a esquece quando lhe interessa, deixa fatos na poeira.

A aberração de Mbasogo teve antecedente que não mereceu uma linha. Também graças ao petróleo, como o ditador, no ano passado, Quaquá, prefeito de Maricá e presidente regional do PT, patrocinou a Grande Rio com quase a mesma quantia. Ainda por cima distribuiu fartamente material de encarte carnavalesco, muito bem feito e caro, além de CDs com o samba enredo, para todo o município.

Foi um derrame de dinheiro de um município arrasado sem água, sem saneamento, com hospital conhecido como "Hotel da Morte", covil do comissariado petista fluminense. Apesar da situação precária do município, nenhum jornalista, naquele Carnaval, divulgou a farra brasileira e petista.

Será que acham ser Teodoro Obiang pior do que o gonçalense Quaquá, que explora um município brasileiro para manter no poder a mulher e companheiros? O patrocínio da Grande Rio foi a grande jogada para promover a candidatura da mulher à Alerj e ninguém deu um pio. Os coleguinhas também vacilam quando protegem a petecracia.

O mais estarrecedor é que essa mesma rede de comunicação tão pronta a criticar a doação do ditador da Guiné Equatorial desde 2012 silencia sobre o descaso no município, em todos os seus meios. Incrivelmente é que há um silêncio desde que a Prefeitura contratou uma das maiores empresas de marketing do país. Estranho?

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