terça-feira, 25 de novembro de 2014

Paúra no 'clube' dos políticos


Em pane, os políticos desse nefasto clube, acostumados a criar as regras, espreitam da várzea. Fazem de conta que não são os donos da primeira divisão. Dilma, inclusive.

Ainda que pelo avesso, Dilma Rousseff acertou uma. Depois da prisão de alguns dos donos do dinheiro – grandes empreiteiros que pagaram propinas a operadores da Petrobras –, o Brasil definitivamente não será o mesmo.

Embora não façam cessar a corrupção, as grades têm o poder de inibi-la e de ampliar a delação. Mais ainda depois da síndrome da bailarina, referência a Kátia Rabello, do Banco Rural, que, assim como os demais empresários condenados no mensalão, continua na cadeia enquanto os políticos, exceto o delator, cumprem suas penas no aconchego do lar.

Rompida a crença do silêncio como garantia de proteção, corruptos e corruptores perderam o constrangimento de dedurar. Falam, entregam provas, devolvem dinheiro roubado. Algo - é verdade, Dilma - nunca antes visto neste país.

A delação atemoriza, apavora. A paúra é geral.

Quanto mais a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal do Paraná desvendam segredos do “clube” dos empreiteiros, mais o “clube” dos políticos arrepia. Afinal, um clube não existe sem o outro. E vice-versa.

Fala-se de 60 ou 70 políticos do PT, PMDB e PP. Nominalmente, já se aponta para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (SP).  Mas ninguém arrisca um palpite de até onde isso vai.

Teme-se, em especial, pelos VIPs. Assim como nem todos os empreiteiros participariam da elite do “clube”, entre os políticos não é diferente. Há poder de mando, hierarquia. Maiores e menores beneficiários de cada centavo desviado. Seja para o projeto político, seja para o próprio bolso.

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