terça-feira, 25 de novembro de 2014

Maná para a máfia


Num país em que, em plena seca, chove bilhões dos cofres públicos como maná em propinas e pagamentos ao comissariado, estamos caindo na rotina de aceitar a corrupção como regra, não como exceção, por mero enfado.

Com todos os esforços policiais e jurídicos das instituições, ainda há muito blábláblá com que se tenta blindar os poderosos envolvidos. Há batalhões de aliados, a bom preço, dispostos a por a mão no fogo e a cabeça a prêmio para defender os bandidos do alto escalão.

Farsas não faltam. A penalização dos condenados políticos com uma peninha vergonhosa, que mostra bem a cara brasileira de se defender os poderosos a qualquer custo. Os mensaleiros conseguiram abater das penas “tempo de trabalho e tempo de estudo” na cadeia, o que não acontece com os meros mortais com penas ainda menores, e agora até estão viajando pelo país como qualquer cidadão de ficha zerada.

Se a famosa soprano Montserrat Caballé, de 81 anos, foi condenada a pagar de 508 mil euros, quase R$ 1,5 milhão, por sonegação em imposto de 2010, e o ex-primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, foi detido para depor e deve ser condenado por corrupção, há uma grande festa na bandidagem brasileira. As figuras de proa, com grande blindagem, pairam como ninfas no lago da impunidade.

Ninguém consegue que Luís Inácio Lula da Silva, como qualquer cidadão, seja encontrado e intimado para depor sobre o caso do Mensalão, como também João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, não vai para o xadrez mesmo denunciado criminalmente pelo Ministério Público por um rombo de R$ 100 milhões na Bancoop, sem contar que está envolvido até o pescoço por falcatruas também no Petrolão, área hidrelétrica e fundos de pensão. 


Se no passado, os bandidos nos filmes de Hollywood sempre se refugiavam no Brasil, agora nem precisam vir mais, porque os nativos já dão conta do recado e tomam todos os postos da elite. Vivem como nababos, festejados mesmo nos jornalões, protagonizando festas e viagens hollywoodianas sem precisar temer a Justiça, cega, surda e muda, quando não conivente. 

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