As relações dos governos petistas sempre foram de certa
forma coniventes com países que detêm gestões nada apreciadas pelo resto do
mundo. Em nome da “independência” desses, a relação internacional do petismo
foi de sempre estender a mão, mesmo quando abrigavam ou abrigam ditaduras
reconhecidas. Aliás, foram os preferidos.
Assim foi com Venezuela, Cuba, Bolívia e outras menos
cotadas. Lula, muy amigo de Cháves, viajou à África para apertar a mão de
ditadores reconhecidos internacionalmente; fez afagos a Evo Morales, a quem
deixou como “presente” instalações da Petrobras construídas com dinheiro do
brasileiro. Dilma, num dos seus acessos de política internacional, chegou a
defender o diálogo com integrantes terroristas do Estado Islâmico. Talvez, quem
sabe, relembrando seus anos dourados na guerrilha quando não tinha diálogo com
os militares.
Essa tendência do Brasil petista conviver amigavelmente com
regimes ditatoriais enquanto faz um discurso democratizante para o público
interno sempre foi estranha. Ou tenha fundo psicológico. E rendeu,
inexplicavelmente, sempre lucros e dividendos para os outros às custas do
Brasil.
Cuba, a privilegiadíssima, ganhou porto financiado pelo
BNDES – dinheiro do trabalhador brasileiro – e abocanha uma parcela
significativa de R$ 1,16 bilhão por ano alugando médicos ao Brasil para o
programa petista Mais Médicos, cifra que é um terço do que o país aplicou em
ampliação e reforma de UPAs em 2013.
A Venezuela não ficou atrás nos agrados petistas. A
refinaria Abreu e Lima, que surgiria com um acordo bilateral, acabou bancada
pelo Brasil e a corrupção se locupletou o quanto quis do projeto. Não deram um
bolívar, mas ganharão, quando funcionar a refinaria, o refino a preço de banana?
Se não bastasse a dinheirama do povo brasileiro para
financiar os projetos de governos amigos, o PT também se aplicou em programas
para uso em movimentos de massa. Por que adestrar militantes para
manifestações ditas sociais quando se fortalece uma democracia? Mistérios dos
corredores do Serpentário do Ipiranga que assolam as salas do Esplanada.
Segundo o site Telesur, mantido pelo bolivarianismo
venezuelano como página oficial do governo, o ministro de Comunas e Movimentos
Sociais, sob os auspícios do Ministério do Exterior brasileiro, assinou acordo
na área de formação e desenvolvimento comunitário com o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que profetizou a paralisação do país se
Dilma perdesse a reeleição.
Mas o governo da Venezuela, em nota, declarou que o acordo é
para incrementar o intercâmbio de experiências na formação de organização
popular. Afirma que a parceria visa “fortalecer o que é fundamental em uma
revolução socialista, que é a formação, a consciência e a organização do povo,
para defender o que conquistou e seguir avançando na construção de uma
sociedade socialista”. Mas o Brasil não está à beira de uma “revolução
socialista”. Ou estará à beira de um golpe petista? Bem mais certo.
Se o governo militar se preocupava com a importação de
práticas de guerrilha através de Cuba, o governo petista na maior desfaçatez,
através do mais forte movimento de massas no país, acata o treinamento de
militantes através de cursos venezuelanos? Os trabalhadores sem terra do Brasil
por que precisam tanto de treinamento de movimentação de massas para “a
construção de uma sociedade socialista”?
A arregimentação de tais movimentos, mantidos com fundos
públicos, muitas vezes desviados das propinas de mensalões e Petrolão, a
serviço do PT, é das mais estranhas, suspeitas e com outras intenções. Lembra,
nem pensar, na formação de mercenários para garantir o continuísmo ou minar
qualquer tentativa de retomada do poder pela democracia do debate de propostas,
não a forjada por marqueteiros.
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