sábado, 8 de novembro de 2014

O outro golpe.Esse verdadeiro


As relações dos governos petistas sempre foram de certa forma coniventes com países que detêm gestões nada apreciadas pelo resto do mundo. Em nome da “independência” desses, a relação internacional do petismo foi de sempre estender a mão, mesmo quando abrigavam ou abrigam ditaduras reconhecidas. Aliás, foram os preferidos.

Assim foi com Venezuela, Cuba, Bolívia e outras menos cotadas. Lula, muy amigo de Cháves, viajou à África para apertar a mão de ditadores reconhecidos internacionalmente; fez afagos a Evo Morales, a quem deixou como “presente” instalações da Petrobras construídas com dinheiro do brasileiro. Dilma, num dos seus acessos de política internacional, chegou a defender o diálogo com integrantes terroristas do Estado Islâmico. Talvez, quem sabe, relembrando seus anos dourados na guerrilha quando não tinha diálogo com os militares.

Essa tendência do Brasil petista conviver amigavelmente com regimes ditatoriais enquanto faz um discurso democratizante para o público interno sempre foi estranha. Ou tenha fundo psicológico. E rendeu, inexplicavelmente, sempre lucros e dividendos para os outros às custas do Brasil.

Cuba, a privilegiadíssima, ganhou porto financiado pelo BNDES – dinheiro do trabalhador brasileiro – e abocanha uma parcela significativa de R$ 1,16 bilhão por ano alugando médicos ao Brasil para o programa petista Mais Médicos, cifra que é um terço do que o país aplicou em ampliação e reforma de UPAs em 2013.

A Venezuela não ficou atrás nos agrados petistas. A refinaria Abreu e Lima, que surgiria com um acordo bilateral, acabou bancada pelo Brasil e a corrupção se locupletou o quanto quis do projeto. Não deram um bolívar, mas ganharão, quando funcionar a refinaria, o refino a preço de banana?

Se não bastasse a dinheirama do povo brasileiro para financiar os projetos de governos amigos, o PT também se aplicou em programas para uso em movimentos de massa. Por que adestrar militantes para manifestações ditas sociais quando se fortalece uma democracia? Mistérios dos corredores do Serpentário do Ipiranga que assolam as salas do Esplanada.

Segundo o site Telesur, mantido pelo bolivarianismo venezuelano como página oficial do governo, o ministro de Comunas e Movimentos Sociais, sob os auspícios do Ministério do Exterior brasileiro, assinou acordo na área de formação e desenvolvimento comunitário com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que profetizou a paralisação do país se Dilma perdesse a reeleição.

Mas o governo da Venezuela, em nota, declarou que o acordo é para incrementar o intercâmbio de experiências na formação de organização popular. Afirma que a parceria visa “fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista, que é a formação, a consciência e a organização do povo, para defender o que conquistou e seguir avançando na construção de uma sociedade socialista”. Mas o Brasil não está à beira de uma “revolução socialista”. Ou estará à beira de um golpe petista? Bem mais certo.

Se o governo militar se preocupava com a importação de práticas de guerrilha através de Cuba, o governo petista na maior desfaçatez, através do mais forte movimento de massas no país, acata o treinamento de militantes através de cursos venezuelanos? Os trabalhadores sem terra do Brasil por que precisam tanto de treinamento de movimentação de massas para “a construção de uma sociedade socialista”?

A arregimentação de tais movimentos, mantidos com fundos públicos, muitas vezes desviados das propinas de mensalões e Petrolão, a serviço do PT, é das mais estranhas, suspeitas e com outras intenções. Lembra, nem pensar, na formação de mercenários para garantir o continuísmo ou minar qualquer tentativa de retomada do poder pela democracia do debate de propostas, não a forjada por marqueteiros.

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