Ganhe ou perca as eleições o PT já cumpriu a sua missão:
dividiu o Brasil em dois e institucionalizou o maniqueísmo como política de
Estado.
Conseguir industrializar o “nós” a ponto de transformá-lo em
símbolo da vontade, da virtude, da generosidade, da luta contra o preconceito,
da compaixão pelos pobres, da igualdade-cujo corolário definitivo não é nenhuma
mudança de fundo na sociedade mas apenas executar um projeto de poder. Um
aprendiz de PRI, a versão mexicana do poder pelo poder.
Conseguiu cravar no fantasmagórico adversário -“eles”- o
exato oposto do que ele diz representar: a maldade, o egoísmo, o ódio, a luta
de classes, o racismo, a homofobia e tudo que o imaginário possa estruturar
como resumo do mal.
O PSDB, numa análise atilada do filósofo José Arthur
Gianotti simplesmente perdeu a identidade como partido, por não ter conseguido
se articular como oposição.
O PT conseguiu, através de seu agressivo discurso
maniqueísta, empurrar para uma frente oposicionista informal setores dispersos
da sociedade descontentes com a amoralidade difusa e macunaímica que marca o
seu período de 12 anos no governo.
O Brasil foi levado a dividir-se politicamente e
eleitoralmente não mais em PT e PSDB mas em PT e anti-PT.
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