sexta-feira, 13 de junho de 2014

É hora de a Fifa descer do pedestal


Finalmente a Copa vai começar! E, quando a bola rolar, todas as preocupações em torno da organização do espetáculo esportivo no Brasil serão coisa do passado, é o que esperam muitos aficionados pelo futebol. O que interessa são os gols, e o orgulho nacional dos torcedores cresce a cada vitória das suas seleções.
Mas essa expectativa será cumprida apenas em parte. Pois essa Copa mudou o Brasil antes mesmo do apito inicial. E ela também vai mudar a Fifa. A disposição de sediar uma Copa do Mundo dentro do "padrão Fifa" diminuiu muito, em todo o mundo, depois dos protestos no Brasil. Justamente no país do futebol, o padrão Fifa chegou aos seus limites, e é bom que seja assim.
O Brasil questionou o modelo de negócios da Fifa. Como é possível, indagaram muitos dos 200 milhões de brasileiros, que a Constituição e a legislação do país sejam parcialmente suspensas por causa de uma Copa do Mundo? Que uma lei especial aprovada às pressas suspenda a proibição da venda de álcool nos estádios? Como é possível que, para patrocinadores e dirigentes, existam leis diferentes daquelas válidas para a população? E que uma federação esportiva e seus parceiros fechem contratos às custas do bem coletivo e restrinjam a liberdade de circulação de milhões de pessoas?

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