sexta-feira, 3 de maio de 2024

A implosão da mentira

Mentem no passado. E no presente
passam a mentira a limpo. E no futuro
mentem novamente.
Mentem fazendo o sol girar
em torno à terra medieval/mente.
Por isto, desta vez, não é Galileu
quem mente,
mas o tribunal que o julga
herege/mente.

Mentem como se Colombo partindo
do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira
um continente.

Mentem desde Cabral, em calmaria,
viajando pelo avesso,
iludindo a corrente em curso,
transformando a história do país
num acidente de percurso.
Affonso Romano de Sant’Anna, "A implosão da mentira e outros poemas"

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