sábado, 14 de outubro de 2023

O mundo em guerra

O mundo está em guerra, como sempre. O mundo tem hoje cerca de dez guerras em andamento. Todas são igualmente iguais, pela sua insensatez, crueldade e mortes. Mas algumas têm mais relevância pela sua amplitude e consequências políticas.

As três mais relevantes hoje são a Guerra entre o Hamas e Israel, sendo o Oriente Médio o berço e a origem dos conflitos de nossa civilização; a Guerra da Ucrânia, uma guerra geopolítica entre a Rússia e os Estados Unidos que domina toda a Europa, e joga por baixo a noção da relativa estabilidade da ordem mundial pós Segunda Guerra; e o possível conflito entre os Estados Unidos e a China, na luta pela hegemonia mundial deste século XXI, com a China tendendo a ultrapassar o PIB do Estados Unidos, gerando tensões que podem resultar em guerra. Este é o trio que nos amargura na visão quase apocalíptica do amanhã.

No berço de nossa civilização, Gregos e Persas se antepuseram, a Grécia mais ligada à noção de democracia, a Pérsia mais baseada no conceito do estado centralizado. Samuel Huntington, em “O choque de civilizações”, fala-nos sobre a relativa diminuição da economia ocidental e o relativo aumento da economia dos países árabes e islâmicos, em concepções antepostas. Israel com política expansionista territorial, entra em conflito contínuo com os Palestinos, ainda sem a constituição de um Estado, e com o mundo Árabe, com poucas chances de solução em não havendo negociação.


Na Europa, chega a impressionar que um país como a Ucrânia, com PIB de US$ 200 bilhões em 2021 e renda per capita de US$ 3.500, 00 dólares, hoje com o PIB diminuído para US 160 bilhões e recebendo auxílio militar de US$150 bilhões no primeiro ano do conflito, seja o palco de tamanha guerra que abala os alicerces mundiais. Em 2021, o PIB da Rússia aumentou 22%, o dos Estados Unidos 9%, o da União Europeia caiu 3,5%. Desde 1950, os Estados Unidos participaram em cerca de 30 guerras no mundo, a Rússia em seis.

No Mar da China, navios e aviões da China e dos Estados Unidos provocam-se reciprocamente, aumentando a possibilidade de conflito. De 2000 a 2021, o PIB dos Estados Unidos foi de US$ 10,3 trilhões para US$ 23,3 trilhões, a China de US$ 1,2 trilhões para US$ 17,7 trilhões. A China reivindica Taiwan, responsável por 90% da produção mundial dos supercondutores na vanguarda do conhecimento, os Estados Unidos defendem a sua autonomia. Os supercondutores são fundamentais na determinação do poder econômico e político das nações no século XXI. A luta que era antes por colônias, depois por petróleo, agora é por supercondutores.

Na música de Rita Lee, “Alô, alô Marciano, aqui quem fala é da Terra, pra variar, estamos em guerra, você não imagina a loucura, o ser humano tá na maior fissura porque, tá cada vez mais down in the high society”. O mundo é cego, e marcha para a sua possível autodestruição, na contraposição do mercado e da crise ecológica que se aproxima.

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