Não era assim no começo do mandato. Suspeitas abundavam, mas, mesmo com as rachadinhas, dele e dos filhos, e o gigantesco patrimônio imobiliário com salários de deputado, era difícil enquadrar Bolsonaro como corrupto. As provas fugiam pelo ralo. O que desde o primeiro dia me pareceu óbvio foi o seu papel como corruptor —e esta coluna foi das primeiras a chamá-lo assim.
Bolsonaro conseguiu supercorromper os já nada virginais Executivo, Legislativo e Judiciário. Corrompeu também os serviços de inteligência, investigação e segurança, como a Abin, a PF, a PRF, as PMs, e de controle financeiro, como o Coaf. E a PGR, cujo titular, Augusto Aras, o elegeu como "o maior símbolo de combate à corrupção em 520 anos de Brasil". Mas Aras disse isso em 2020 —hoje, sob nova administração, deve ter mudado de ideia.
Nada é mais grave, no entanto, do que a corrupção por Bolsonaro das Forças Armadas, com 2.500 empregos, cargos, sinecuras, uísque, picanha, Viagra, próteses penianas.
Pior: ao corromper militares para suas ideias, Bolsonaro fez das Forças Armadas uma tropa de pazuellos —como nunca em 523 anos de Brasil.
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