Designado por Bolsonaro, o pai de Mauro Cid chefiou nos últimos quatro anos o escritório, em Miami, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX)
O general e Bolsonaro, afastado pelo Exército nos anos 1980 por planejar atentados terroristas a quartéis, são amigos dos tempos da Academia Militar das Agulhas Negras.
Mauro Cid está detido desde o dia 3 de maio no Batalhão do Exército de Brasília, unidade comandada por um amigo dele, o tenente-coronel Bruno Fett. É acusado de cometer vários crimes.
A Polícia Federal o investiga por realizar saques de recursos com cartões corporativos da Presidência. Mauro Cid também pagou despesas de Michelle com cartão de crédito de uma amiga dela.
Foi ele que tentou resgatar um estojo de joias sauditas retido pela Receita Federal ao entrar no país escondido na mala de um auxiliar do almirante Bento Albuquerque, ex-ministro das Minas e Energia.
Mauro Cid fez parte do grupo que falsificou os cartões de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e de Laura, sua filha, para que eles pudessem circular livremente nos Estados Unidos.
Além de ter participado das tratativas de golpe para impedir a posse de Lula na presidência. No celular de Mauro Cid foi encontrada uma minuta do golpe, e mensagens a respeito.
A mais nova anotação na folha corrida de Mauro Cid foi a descoberta de que ele quis vender por 60 mil dólares (cerca de 300 mil reais) um Rolex que o rei da Arábia Saudita deu a Bolsonaro.
Mauro Cid trocou mensagens em inglês com Maria Farani, que assessorou o Gabinete Adjunto de Informações do gabinete pessoal de Bolsonaro até janeiro de 2023:
Maria Farani: Olá Mauro, obrigada pelo interesse em vender o seu Rolex. Tentei falar com você por telefone, mas não consegui. Pode por favor me falar se você tem o certificado de garantia original do relógio?
Maria Farani: Quanto você espera receber por essa peça? O mercado para Rolex usados está em baixa, especialmente para relógios cravejados de platina e diamante (já que o valor é tão alto).
Mauro Cid: Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado.
Explicação dada por Maria Farani depois do estouro do caso:
“A pedido de Mauro Cid, por falar inglês, realizei uma pesquisa na internet para identificar possíveis compradores de relógio. Apenas enviei os e-mails e, ao receber respostas, retransmiti ao endereço eletrônico de Mauro Cid. Não tive conhecimento do desfecho de uma eventual negociação.”
Explicação dada pela defesa de Mauro Cid: ela preferiu não dar nenhuma, por enquanto.
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