No sábado, véspera de Natal, o motorista de um caminhão-tanque que abasteceria os postos de gasolina do aeroporto de Brasília notou que algo estranho se passava. Descobriu que havia um artefato agarrado ao eixo do caminhão; tirou-o e chamou a polícia.
Sabia que arriscava sua vida. O que não sabia, e a polícia só soube depois, é que se tratava de uma bomba mal feita; obra de amador. Acionada para que explodisse, não explodiu. A perícia constatou que alguém antes tentou explodi-la, sem sucesso.
No domingo, um telefonema anônimo deu conta à polícia da existência de outra bomba, desta vez na cidade do Gama, a 3,2 quilômetros de Brasília. Não era uma bomba. Eram bananas de dinamite embrulhadas em panos e jogadas dentro de um matagal.
A equipe de transição do novo governo fez a leitura correta pelo menos até aqui: a bomba que não estourou, e os 40 quilos de explosivos encontrados no matagal do Gama, foram usados para provocar um susto e diminuir o tamanho da festa da posse.
Os terroristas alcançaram seu objetivo. A equipe de transição já registra sinais de desistência de caravanas de ônibus que partiriam de outros Estados para Brasília. Justifica-se o temor: há 15 dias, Brasília foi palco de queima de ônibus e de ataques a prédios.
Os baderneiros agiram sob o olhar cúmplice da polícia. Ninguém foi preso. A maioria deles continua acampada à porta do QG do Exército. E foi ali, segundo o réu confesso George Washington Sousa, que se planejou pôr a bomba no caminhão-tanque.
Hoje, na Esplanada dos Ministérios, haverá o primeiro ensaio do esquema de segurança da festa de posse. O segundo e último ensaio será na próxima sexta-feira. Espera-se que até amanhã estejam preenchidas todas as vagas de ministros de Estado.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que o plano da festa será revisto. Se depender dos responsáveis pela segurança, Lula e Janja desfilarão pela Esplanada em carro fechado; se depender do PT, em carro aberto. Lula dará a palavra final só no domingo.
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