O número corresponde ao dia em que, em maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea, negros até então escravizados em território nacional foram relegados à própria sorte —jogados na rua, marginalizados, sem trabalho, sem escola, sem dinheiro, sem direito a direito algum.
"Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho", diz a obra "A integração do negro na sociedade brasileira", do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995).
Algumas razões contemporâneas para não comemorar o 13 de maio:
1. A população é discriminada pela cor da pele e textura do cabelo.
2. Os casos de "injúria" racial são corriqueiros e não causam indignação social compatível ao agravo.
3. A escravização doméstica de mulheres negras persiste em 2022.
4. O desemprego e a pobreza são maiores entre pretos e pardos.
5. Mais de 66% dos menores em situação de trabalho infantil são negros.
6. Uma criança negra tem 25% mais chances de morrer antes de completar um ano.
7. Duas a cada três vítimas de feminicídio são mulheres negras.
8. Pretos e pardos são 78% das vítimas fatais por arma de fogo.
9. Os mais afetados pela pandemia no país foram pessoas negras.
10. No mercado de trabalho, mulheres negras recebem menos.
11. A taxa de analfabetismo é maior entre os negros.
12. O risco de morte por desnutrição é 90% maior entre crianças pretas e pardas.
13. O índice de doenças mentais é superior entre os negros.
Difícil manter a sanidade e, em que pese o valor histórico da data, impossível simplesmente comemorar.
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