quarta-feira, 13 de abril de 2022

Democracias sob ameaça

O mundo tem assistido, nos últimos dias, a um verdadeiro assassinato de um país, uma nação, um povo e uma democracia. O responsável é outro país, autocrata, chefiado por um aspirante a ditador, que governa com mãos de ferro há mais de 20 anos, com interesses dos mais espúrios existentes. Vladimir Putin invadiu a Ucrânia e vem destruindo o país, que levará décadas para se reconstruir e gastará bilhões de dólares para isso; porém nada pagará as vidas perdidas. Isso é incalculável.

Na mesma toada da invasão, Putin ameaçou outros países que fazem fronteira com a Rússia e a Ucrânia, caso aderissem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou interferissem na guerra. Ele ameaça também cortar o fornecimento de gás para a União Europeia. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, não se via uma escalada tão grande do perigo de uma grande guerra, incluindo a possibilidade do uso de armas nucleares por parte da Rússia.

A Ucrânia sofreu muito no século passado e vinha tentando se recuperar, após retomar sua independência em 1991, com o fim da União Soviética. O regime ditatorial soviético foi o responsável por duas grandes tragédias no país: o Holodomor matou de fome milhões de ucranianos entre 1932 e 1933. Em 1986, houve o acidente nuclear de Chernobyl — até hoje não se sabe ao certo o tamanho dos estragos ambientais e o número de vítimas. Após vivenciar tudo isso no século passado, o país vinha tentando se reerguer, mas sofre com o assédio de Putin desde 2014, quando houve a invasão da Crimeia, que segue até hoje sob o domínio russo.


Nós, do movimento Democracia sem Fronteiras, desde 2019 chamamos a atenção para as graves ameaças que as democracias vêm sofrendo no mundo. Diversos países retrocederam nas liberdades individuais, religiosas, de imprensa e nos direitos humanos. A Rússia é uma das grandes responsáveis por essas violações. As sanções aplicadas pelos outros países, acertadamente, tentam resolver por via econômica e diplomática a guerra. Acreditamos que elas deveriam se estender aos demais países que hoje violam direitos.

Além da guerra na Ucrânia, temos conflitos na Síria, no Iêmen, no Iraque, no Afeganistão, na Nigéria e em diversas outras partes do mundo. São centenas de milhares de vidas perdidas nesses conflitos, milhões que deixam suas casas para fugir de bombardeios. Sem contar os outros milhões que vivem sob os regimes autoritários. Diante de tudo isso, nos perguntamos: nossas democracias estão em perigo? Estamos seguros? Parece que não. Um conflito dessa magnitude no coração do “mundo civilizado” (Europa) era imaginado?

Devemos ficar vigilantes contra as violações à democracia, às liberdades de imprensa e religiosa e aos direitos humanos e contra o perigo de guerras. Nosso movimento busca chamar a atenção do Brasil e do mundo para isso com ações constantes.

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