Os Baby Boomers deixam outras heranças. Em 1946 já existia TV? Sim, mas quase ninguém já tinha ouvido falar desse instrumento de múltiplos usos, inclusive políticos, para o bem e para o mal. Geladeiras eram raríssimas. Automóveis? Poucos, depois transformados em “sonho de consumo”. Trouxeram benefícios, sim, mas também malefícios que só mais recentemente ficaram claros. A geladeira trouxe conforto e gases que quase destruíram a protetora camada de ozônio da atmosfera. Foi possível evitar maior agravamento do “buraco da camada de ozônio” mediante negociação e um acordo internacional.
Faltam sucessos semelhantes no enfrentamento de tantos outros legados indesejáveis: degradação humana por falta (de dinheiro, comida, água e ar, por exemplo) e por excesso (de dinheiro e competição por ainda mais); degradação ambiental por motivos semelhantes; milhões de residências situadas em zonas de risco alto ou altíssimo, seja por enchentes ou secas, seja por violência e desrespeito humanos; mudanças climáticas reduzindo as áreas do planeta apropriadas à vida!
Ela nos trouxe também os Beatles, ampliou o uso das vacinas e mandou um homem à Lua. Viveu sob o medo da Guerra Fria. Criou a “revolução verde”, que ajudou alimentar 4,9 dos 5,6 bilhões, pois os restantes 0,7 bilhões passam fome. Desta “revolução” decorreu, também, a intensificação do assoreamento e envenenamento de rios e lagos, a criação de zonas mortas em mares e muito mais!
A cada “avanço” ou “solução”, um novo problema!
Em 1946 não existia o plástico, tão útil que tornou praticamente todas as atividades necessárias à sobrevivência dele dependentes. Como embalar alimentos e outras “necessidades” sem o plástico? Esquecemos os hábitos das gerações anteriores aos Baby Boomers e agora carecemos de alternativas que não resultem em tanto lixo indelével, sufocando peixes e humanos.
E a geração nascida pós 2000, cujos membros mais velhos recém alcançaram 21 anos de idade, que legados deixará? Ela herda um mundo danificado, viciado em práticas que destroem a vida: queimar combustíveis fósseis, abusar dos plásticos, degradação humana por excesso (de exibicionismo de dinheiro, de poder, de empáfia) e por falta (de comida, de espaço, de ar e de água). Saberá ela superar esses vícios?
Sobre tal desafio, candidatos a presidente do Brasil não deveriam se manifestar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário