Muito pior foi no Parlamento francês: quando o premiê Jean Castex discursava e disse que o governo do Brasil recomendava cloroquina para combater a Covid-19 e que foi o país que mais a prescreveu, o plenário explodiu numa gargalhada coletiva e ultrajante.
Houve um tempo em que os brasileiros que viajavam tinham vergonha de seu atraso, suas roupas e sua ditadura e se espantavam com o progresso material e civilizacional da Europa e dos Estados Unidos. Também vivemos um tempo de redenção, a partir do governo FHC, com o real emparelhado com o dólar, em plena democracia, com grande crescimento da economia e do agronegócio. Já não tínhamos mais vergonha, mas orgulho do país lindo e poderoso que crescia tanto que, em 2009, no governo Lula II, foi representado pelo Cristo Redentor como um foguete alçando voo na capa da revista The Economist. Pensei, como em outras vezes: desta vez vai. Não foi. O foguete Dilma II deu chabu.
Se antes sentiam pena ou desprezo por nós, depois passaram a ter respeito, admiração e até inveja, e agora riem de nós. De nosso presidente, de nossos mortos e nossas desgraças. Viramos párias internacionais, não podemos entrar em nenhum lugar, ninguém quer vir aqui, o país está em luto permanente. E quebrado.
Se antes sentiam pena ou desprezo por nós, depois passaram a ter respeito, admiração e até inveja, e agora riem de nós. De nosso presidente, de nossos mortos e nossas desgraças. Viramos párias internacionais, não podemos entrar em nenhum lugar, ninguém quer vir aqui, o país está em luto permanente. E quebrado.
Será que algum ministro ou assessor que entenda inglês tem coragem de contar a Bolsonaro o que dizem dele os jornais e sites da imprensa internacional ? Os deboches, piadas e chacotas, as charges dele como jumento, jacaré ou a Morte ? Ou, por sabujice e covardia, para não aborrecer o chefe, ninguém conta nada ? Como o cara é um troglodita monoglota e não lê jornais brasileiros, só os seus sites de confiança, e as informações dos filhos, é totalmente desinformado sobre o mundo real. Talvez, às vezes, ele leia escondido O GLOBO ou a Folha de S. Paulo só para ficar furioso e estraçalhar os jornais com os dentes.
Como todo paranoico, ele é obcecado por “informação” e “inteligência”, mas sobre seus inimigos reais e imaginários, não sobre corrupção ou como o Brasil é visto no exterior. Apesar de vivermos a era de ouro das comunicações, com as informações ao acesso de todos, o Jair ainda é analógico, pré-digital, e nunca um presidente foi tão mal informado sobre como o mundo civilizado vê o Brasil e seu governo. E não advertido sobre suas possíveis consequências.
Assim como tem a Agencia Brasileira de Inteligência, a Abin, Bolsonaro também tem a ABB, Agência Brasileira de Burrice, que funciona informalmente, mas a todo vapor, no Palácio do Planalto, e é tão secreta que os seus integrantes não sabem que fazem parte dela.
Nelson Motta
Nelson Motta
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