Ignorar o comportamento abissal, vergonhoso, estúpido, das autoridades de nosso país seria deixar de acompanhar o martírio da Nação, deixar de nos solidarizar com nossos irmãos. E também precisamos saber tudo que se passa para tentar nos salvar dessa pandemia, verdadeira praga, castigo dos céus.
O único alento: as pesquisas por vacinas e sua provável chegada dentro de pouco tempo. Modo de falar, pois esse pouco tempo é uma verdadeira eternidade para quem vive por onde anda o vírus infernal.
Vamos aos jornais, pois. E logo nos damos conta de que ao lado do noticiário sobre mortes e mais mortes, damos de cara com novidades do tamanho da mente das pessoas que ocupam os postos máximos no Brasil.
Sem rigor cronológico, apenas com a ajuda de uma memória já bem gasta, vamos pois às notícias saídas do Arco da Velha:
a) O Banco Central vai lançar uma nota de R$200,00. ‘O lobo-guará, animal escolhido para ilustrar a cédula, tem uma forma peculiar de caçar. Eles usam o olfato, mas principalmente a audição (com suas grandes orelhas) para caçar. Quando percebem as presas, saltam para desorientá-las e assim conseguem atacar com maior facilidade’ (Rogério Cunha de Paula, especialista em canídeos.).
b) O inacreditável presidente da República do Brasil, e ex-capitão do Exército, resolveu relaxar numa viagem ao Nordeste, região que não conhecia. Na Bahia, numa pequena cidade chamada Campo Alegre de Lourdes, ele soltou a frase que o definirá para sempre: “Vocês são pessoas iguais às outras quatro regiões do nosso Brasil”. Não é um pensamento magnífico? Digno de quem o expeliu?
c) Bolsonaro critica projeto contra fake news e reclama: ‘não vai poder mais se manifestar sobre nada’. O chefe do Executivo Brasileiro, pelo visto, acha que só pode se manifestar através de notícias falsas. Falar como qualquer outro chefe de Estado, diante de um microfone e aos olhos da Nação que governa, isso seria impensável.
d) Fraudes, roubos, desvios, compras superfaturadas, verba liberada para combater a pandemia guardada numa gaveta misteriosa, são pequenas/gigantescas notícias inseridas entre as notas relatando o número de mortes em tal ou qual dia "em tal ou qual município".
e) Guardei a “mais pior” para o fim. Veja, Leitor, se você consegue decifrá-la. Durante os áureos anos da Lava Jato, as decisões do Juiz Sergio Moro e de sua força tarefa, foram examinadas pelos mais altos tribunais do país. Ele passou glorioso por todas as investigações. Foi considerado o juiz mais brilhante de todos. Elogiado aqui e no resto do mundo. Sua fama era tal, que o candidato magrinho, o Bolsonaro, logo percebeu que sem ele não chegaria nem aos pés da rampa do Planalto. O que fez o ex-capitão? Convenceu o juiz a fazer parte de sua campanha, dando-lhe o cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública por uns breves anos, até a primeira vaga no STF, que seria dele. A danada da mosca azul pousou em Sergio Moro, que aceitou o convite. Foi seu mal. Até muito pouco tempo atrás, repito, a Lava Jato era exaltada por todos, Moro o super herói de todos. Agora, por motivos que jamais serão expostos em praça pública, auxiliado e incensado pelo estranho PGR Augusto Aras, o que o governo faz é tentar destruir a reputação de Sergio Moro.
Recorde-se que os bolsonaristas gozam da fama de serem ferozes inimigos da corrupção. Durante a campanha exaltaram a Lava Jato por todos os meios ao seu alcance e homenagearam Moro com todas as medalhas em estoque no almoxarifado. E, no entanto, assistem impassíveis à tentativa de destruição de sua obra.
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